Jornal Médico - USF do Baixo Mondego I tomam posição conjunta

As unidades de sa&uacute;de familiar do agrupamento de centros de sa&uacute;de (ACES) do Baixo Mondego I est&atilde;o a preparar uma tomada de posi&ccedil;&atilde;o conjunta &ndash; eventualmente com o concurso das unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados (UCSP) &ndash;relativamente ao pedido de transcri&ccedil;&otilde;es feitos pelos hospitais de refer&ecirc;ncia. Esta pr&aacute;tica, que se arrasta h&aacute; v&aacute;rios anos no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de, tem vindo a agravar-se, denunciam os coordenadores das USF Cruz de Celas, Briosa, Condeixa e CelaSa&uacute;de. As unidades de sa&uacute;de familiar do agrupamento de centros de sa&uacute;de (ACES) do Baixo Mondego I est&atilde;o a preparar uma tomada de posi&ccedil;&atilde;o conjunta &ndash; eventualmente com o concurso das unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados (UCSP) &ndash;relativamente ao pedido de transcri&ccedil;&otilde;es feitos pelos hospitais de refer&ecirc;ncia. Esta pr&aacute;tica, que se arrasta h&aacute; v&aacute;rios anos no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de, tem vindo a agravar-se, denunciam os coordenadores das USF Cruz de Celas, Briosa, Condeixa e CelaSa&uacute;de. Miguel Mesquita, respons&aacute;vel de Cruz de Celas, salienta que os pedidos de transcri&ccedil;&atilde;o de meios complementares de diagn&oacute;stico e terap&ecirc;utica (MCDT), provenientes dos hospitais de refer&ecirc;ncia (Hospitais da Universidade de Coimbra, IPO e Centro Hospitalar de Coimbra), est&atilde;o a transferir encargos para as unidades de sa&uacute;de familiar e UCSP, quando deveriam ser assumidos por aquelas institui&ccedil;&otilde;es. Esta quest&atilde;o j&aacute; foi denunciada por diversas vezes ao departamento de contratualiza&ccedil;&atilde;o da Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de (ARS) do Centro. &ldquo;Entreg&aacute;mos resmas de fotoc&oacute;pias com os pedidos feitos pelos hospitais, para seu conhecimento, mas a verdade &eacute; que o problema continua&rdquo;. O respons&aacute;vel da Unidade de Sa&uacute;de Familiar Cruz de Celas aponta que as USF s&atilde;o centros de custos e responsabilidade, tendo a seu cargo a miss&atilde;o de prestar melhor servi&ccedil;o, &ldquo;sem olhar a despesas mas evitando o desperd&iacute;cio&rdquo;. O pedido de transcri&ccedil;&otilde;es dos hospitais, n&atilde;o s&oacute; transfere a despesa para os CSP, como penaliza os utentes, obrigando-os a andar de um servi&ccedil;o de sa&uacute;de para o outro, &ldquo;como bolas de ping-pong&rdquo;, quando &ldquo;deveriam estar no centro do sistema&rdquo;. Transfer&ecirc;ncia de custos para os cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios Defendendo que n&atilde;o devem ser os cidad&atilde;os a &ldquo;pagar os custos do mau funcionamento&rdquo; do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de, Miguel Mesquita assinala que &ldquo;se os hospitais n&atilde;o tiverem capacidade de resposta para a realiza&ccedil;&atilde;o de exames, os respectivos servi&ccedil;os t&ecirc;m acesso aos impressos de requisi&ccedil;&atilde;o nas entidades convencionadas, tal como n&oacute;s&rdquo;. Para Miguel Mesquita, trata-se simplesmente de uma quest&atilde;o de conten&ccedil;&atilde;o de custos nos hospitais e tentativa de transfer&ecirc;ncia para outras entidades, uma situa&ccedil;&atilde;o contra a qual as unidades de sa&uacute;de familiar se insurgem, de novo. O m&eacute;dico alerta ainda para o facto de v&aacute;rios servi&ccedil;os dos Hospitais da Universidade de Coimbra possu&iacute;rem mesmo impressos pr&oacute;prios para efectuarem os pedidos de transcri&ccedil;&atilde;o. Problema &eacute; transversal &agrave;s USF e UCSP O documento, que ser&aacute; enviado aos conselhos de administra&ccedil;&atilde;o dos referidos hospitais e ao presidente da ARS Centro, j&aacute; est&aacute; preparado. A ideia &eacute; envolver o conjunto das unidades do agrupamento (USF e UCSP) nesta den&uacute;ncia, na medida em que o problema &eacute; transversal. Al&eacute;m dos custos, o m&eacute;dico refere que, anualmente, s&atilde;o muitas as consultas que se perdem num procedimento meramente administrativo, quando deveriam ser destinadas a resolver os problemas de sa&uacute;de dos utentes. &ldquo;J&aacute; &eacute; tempo de acabar com este estado de coisas, que n&atilde;o beneficia ningu&eacute;m&rdquo;. A tomada de posi&ccedil;&atilde;o das unidades do Baixo Mondego I baseia-se em pareceres da Administra&ccedil;&atilde;o Central do Sistema de Sa&uacute;de (ACSS), da Federa&ccedil;&atilde;o Nacional dos M&eacute;dicos (FNAM) e of&iacute;cios emanados pela pr&oacute;pria Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de do Centro. &ldquo;&Eacute; preciso acabar com isto!&rdquo; As unidades de sa&uacute;de familiar, assim como as unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados, &ldquo;est&atilde;o a ser prejudicadas por esta invers&atilde;o dos circuitos de pedidos de exames, que em nada beneficia o utente&rdquo;, considera a coordenadora da Unidade de Sa&uacute;de Familiar Briosa, Maria da Concei&ccedil;&atilde;o Maia. &ldquo;N&atilde;o faz sentido que um doente de um hospital de Coimbra venha ao centro de sa&uacute;de pedir a transcri&ccedil;&atilde;o de exames, quando o hospital pode perfeitamente fazer a requisi&ccedil;&atilde;o, permitindo ao doente a realiza&ccedil;&atilde;o dos exames nos convencionados&rdquo;. Apesar de ter iniciado o seu percurso h&aacute; pouco mais de tr&ecirc;s meses, a Unidade de Sa&uacute;de Familiar CelaSa&uacute;de, coordenada pela m&eacute;dica de fam&iacute;lia Em&iacute;lia Fonseca Nina, est&aacute; solid&aacute;ria com a posi&ccedil;&atilde;o tomada pelas restantes unidades de sa&uacute;de familiar do agrupamento. Al&eacute;m de considerar que as transcri&ccedil;&otilde;es s&atilde;o um acto administrativo e n&atilde;o m&eacute;dico, que surge pela tentativa de transferir custos do hospital para os centros de sa&uacute;de, a m&eacute;dica refere a dificuldade que os m&eacute;dicos de fam&iacute;lia sentem em &ldquo;dizer n&atilde;o&rdquo; aos utentes, enviando-os de volta ao hospital. &ldquo;Estamos, portanto, face a uma situa&ccedil;&atilde;o duplamente ingrata&rdquo;, conclui. Jos&eacute; Miguel Concei&ccedil;&atilde;o, da Unidade de Sa&uacute;de Familiar Condeixa, aponta no mesmo sentido: &ldquo;Pensamos que o agravamento da situa&ccedil;&atilde;o resultar&aacute; do novo estatuto dos hospitais EPE (Entidades P&uacute;blicas Empresariais), que os leva a olhar mais para as despesas, procurando empurr&aacute;-las para outras entidades&rdquo;. O m&eacute;dico afirma que o mais correcto ser&aacute; &ldquo;acabar com isto&rdquo;, na medida em que &ldquo;n&atilde;o existe justifica&ccedil;&atilde;o nenhuma, em termos legais, para o que se est&aacute; a passar&rdquo;. ACES Pinhal Interior Norte Coordenador critica &ldquo;gest&atilde;o&rdquo; dos HUC Com o mesmo problema das USF do ACES do Baixo Mondego I est&atilde;o as do seu vizinho do Pinhal Interior Norte: em 2009, a Unidade de Sa&uacute;de Familiar (USF) Serra da Lous&atilde; gastou 19 mil euros com a transcri&ccedil;&atilde;o de meios complementares de diagn&oacute;stico e terap&ecirc;utica (MCDT) solicitados pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). A situa&ccedil;&atilde;o foi denunciada pelo coordenador, Jo&atilde;o Rodrigues, numa carta endere&ccedil;ada ao conselho de administra&ccedil;&atilde;o dos HUC. Esta &eacute; uma pr&aacute;tica que se arrasta h&aacute; v&aacute;rios anos no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (SNS), &ldquo;e da qual resultam pesados preju&iacute;zos para a efici&ecirc;ncia global do sistema, subvers&otilde;es na responsabilidade da prescri&ccedil;&atilde;o, inc&oacute;modos para os utentes e sobrecarga de trabalho m&eacute;dico e administrativo a n&iacute;vel dos centros de sa&uacute;de&rdquo;, aponta o m&eacute;dico. &ldquo;Se, porventura, o hospital assume n&atilde;o conseguir dar resposta em tempo aceit&aacute;vel &agrave;s necessidades de meios complementares de diagn&oacute;stico terap&ecirc;utico dos utentes que assiste, deveria desde logo informar os seus m&eacute;dicos da possibilidade de prescreverem ao sector convencionado, sem se criarem intermedi&aacute;rios nessa linha de responsabilidade&rdquo;. Jo&atilde;o Rodrigues considera preocupante que &ldquo;os hospitais, possuindo os meios t&eacute;cnicos ao dispor que possibilitam a realiza&ccedil;&atilde;o dos exames complementares, continuem a promover a transfer&ecirc;ncia da respectiva requisi&ccedil;&atilde;o para os Centros de Sa&uacute;de, os quais, n&atilde;o tendo essa dota&ccedil;&atilde;o t&eacute;cnica, t&ecirc;m que requisitar ao sistema convencionado&rdquo;. Salientando que j&aacute; tinha endere&ccedil;ado um of&iacute;cio no in&iacute;cio de 2009 aos Hospitais da Universidade de Coimbra, alertando para esta problem&aacute;tica e sugerindo a sua solu&ccedil;&atilde;o, num curto espa&ccedil;o de tempo, o respons&aacute;vel da unidade de sa&uacute;de familiar refere que &ldquo;passado um ano os m&eacute;dicos da USF Serra da Lous&atilde; constatam que pouco mudou, na medida em que se v&ecirc;em sobrecarregados com solicita&ccedil;&otilde;es de utentes vindos dos HUC que visam uma mera ac&ccedil;&atilde;o burocr&aacute;tico-administrativa de pedidos de transcri&ccedil;&atilde;o&rdquo;. Atrav&eacute;s de uma amostra do segundo semestre de 2009, acrescenta Jo&atilde;o Rodrigues, aquela unidade de sa&uacute;de efectuou mais de 360 transcri&ccedil;&otilde;es de exames no ano passado para os HUC, &ldquo;a maioria dos quais partiu da Consulta Externa de Nefrologia, Urologia, Ginecologia (quase todos pr&eacute;-operat&oacute;rios!) Cirurgia III e Servi&ccedil;o de Urg&ecirc;ncia. &ldquo;Sendo a USF um centro de custos e responsabilidades, e tendo contratualizado em 2009 um dos indicadores de efici&ecirc;ncia &ndash; os gastos em exames complementares, constatamos nesta amostra que a gast&aacute;mos 5% (19.000 euros) do contratualizado com a transcri&ccedil;&atilde;o de pedidos dos HUC&rdquo;, adianta o coordenador. Jorge Rodrigues sublinha que, de acordo com a legisla&ccedil;&atilde;o em vigor, a responsabilidade pelos encargos decorrentes da presta&ccedil;&atilde;o de cuidados de sa&uacute;de aos utentes do SNS &eacute; imputada &agrave;s entidades que procedam &agrave; respectiva requisi&ccedil;&atilde;o. Por isso, acrescenta, esperar &ldquo;que sejam dadas instru&ccedil;&otilde;es aos directores de servi&ccedil;o para que as boas pr&aacute;ticas na prescri&ccedil;&atilde;o dos meios complementares de diagn&oacute;stico terap&ecirc;utico sejam respeitadas&rdquo;. Entretanto, &ldquo;a unidade de sa&uacute;de familiar ir&aacute; monitorizar todos os pedidos origin&aacute;rios dos HUC&rdquo; e, sem preju&iacute;zo de outras medidas, enviar&aacute; semestralmente para os HUC e a ARS Centro &ldquo;o relat&oacute;rio com as respectivas despesas induzidas&rdquo;. USF Condeixa: Espa&ccedil;o vai ser alargado A equipa de Condeixa aguarda o in&iacute;cio de obras de redimensionamento do espa&ccedil;o f&iacute;sico da unidade de sa&uacute;de familiar. De acordo com o coordenador, Jos&eacute; Miguel Concei&ccedil;&atilde;o, o objectivo &eacute; melhorar as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho dos profissionais e o conforto dos utentes. No centro de sa&uacute;de, a constitui&ccedil;&atilde;o da UCSP traduziu-se numa reorganiza&ccedil;&atilde;o interna do espa&ccedil;o. A USF ir&aacute; dispor de mais tr&ecirc;s gabinetes. Um deles j&aacute; est&aacute; destinado aos internos da especialidade de Medicina Geral e Familiar. No total, s&atilde;o oito, sem contar com os alunos do sexto ano de Medicina e do Ano Comum, que actualmente partilham os gabinetes da equipa m&eacute;dica. No terceiro anivers&aacute;rio: USF Briosa estreia portal No seu terceiro anivers&aacute;rio, a equipa da USF Briosa contava divulgar aos utentes o alargamento das instala&ccedil;&otilde;es. Mas tal n&atilde;o foi poss&iacute;vel. &ldquo;Ainda n&atilde;o tivemos indica&ccedil;&atilde;o, oficialmente, da data prevista para o in&iacute;cio das obras&rdquo;, refere a coordenadora, Concei&ccedil;&atilde;o Maia. Em contrapartida, os profissionais &ndash; que se reuniram num jantar comemorativo &ndash; iniciaram a divulga&ccedil;&atilde;o da sua p&aacute;gina na Internet (www.usf-briosa.net) junto dos utentes. Estes j&aacute; tinham a possibilidade de marcar consultas e pedir a renova&ccedil;&atilde;o de receitu&aacute;rio cr&oacute;nico atrav&eacute;s de e-mail desde o in&iacute;cio da actividade da USF. &ldquo;No in&iacute;cio, este servi&ccedil;o n&atilde;o tinha grande express&atilde;o mas, hoje, j&aacute; &eacute; significativo o n&uacute;mero de mensagens que recebemos diariamente&rdquo;, aponta a coordenadora da unidade. O site constitui um novo formato de divulga&ccedil;&atilde;o da informa&ccedil;&atilde;o, que j&aacute; consta do Guia do Utente, dispon&iacute;vel na &aacute;rea de atendimento da unidade de sa&uacute;de familiar, e ainda um importante instrumento de transmiss&atilde;o de mensagens de sa&uacute;de. Paralelamente, a equipa est&aacute; a desenvolver um f&oacute;rum interno, com o objectivo de dinamizar mais uma forma de comunica&ccedil;&atilde;o interna e criar um grupo mais estreito de discuss&atilde;o.

Terceiro espaço

Mais lidas