Jornal Médico - Resposta da Saúde foi imediata e excepcional

Equipas dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios continuam no terreno a dar apoio aos desalojados, enquanto outras refor&ccedil;am a resposta dos centros de sa&uacute;de, sobretudo das zonas mais fustigadas pela intemp&eacute;rie Depois do temporal que assolou a Madeira e que provocou v&aacute;rias dezenas de v&iacute;timas e desaparecidos, a prioridade das autoridades centrou-se nas estruturas de apoio &agrave; popula&ccedil;&atilde;o. Entre elas, naturalmente, as de presta&ccedil;&atilde;o de cuidados de sa&uacute;de. Os m&eacute;dicos responderam de imediato ao apelo do Servi&ccedil;o de Sa&uacute;de da Regi&atilde;o Aut&oacute;noma da Madeira (SESARAM) para se dirigirem ao Hospital do Funchal, onde foram centralizados os servi&ccedil;os de emerg&ecirc;ncia. &Agrave; hora do fecho desta edi&ccedil;&atilde;o, equipas dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios continuavam no terreno a dar apoio aos desalojados, enquanto outras refor&ccedil;avam a resposta dos centros de sa&uacute;de, sobretudo das zonas mais fustigadas pela intemp&eacute;rie, como Serra d&acute;&Aacute;gua e Curral das Freiras, que estiveram isoladas durante v&aacute;rios dias De acordo com Miguel Ferreira, director cl&iacute;nico da SESARAM, "todos os colegas responderam ao apelo de virem para o hospital". As equipas de enfermagem foram refor&ccedil;adas e "o pessoal de todos os sectores deu um apoio excepcional para uma eventualidade de socorro". A activa&ccedil;&atilde;o do plano de emerg&ecirc;ncia de cat&aacute;strofe foi efectuada durante a manh&atilde; de 20 de Fevereiro. O primeiro ferido chegou pouco depois das 11 horas. Cerca das 14 horas, tinham sido mobilizados todos os profissionais de sa&uacute;de, quer no hospital, quer nos centros de sa&uacute;de, tamb&eacute;m de preven&ccedil;&atilde;o, tanto mais que, dada a dificuldade de comunica&ccedil;&atilde;o com outros pontos da ilha, o SESARAM equacionou a possibilidade de abrir postos de socorro noutras zonas se houvesse dificuldades de acesso ao hospital, como se chegou a temer nas primeiras horas de s&aacute;bado. "A resposta foi muito boa" afirma Ana Nunes, directora cl&iacute;nica adjunta para a &aacute;rea dos CSP do SESARAM. "A direc&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica manteve os m&eacute;dicos dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios em alerta para refor&ccedil;ar os centros de sa&uacute;de e a urg&ecirc;ncia, se necess&aacute;rio". Alguns m&eacute;dicos deslocaram-se ao Servi&ccedil;o de Urg&ecirc;ncia do Hospital do Funchal que, entretanto, "j&aacute; tinham resposta cabal para a situa&ccedil;&atilde;o, com m&eacute;dicos da carreira hospitalar". Os CS que t&ecirc;m urg&ecirc;ncia (Ribeira Brava, Calheta, Porto Moniz, S&atilde;o Vicente, Santana, Machico, Porto Santo e C&acirc;mara de Lobos), "estiveram sempre em funcionamento, sem quebras, embora com alguns constrangimentos no s&aacute;bado (20 de Fevereiro), aquando do envio de alguns doentes ao Hospital do Funchal, devido &agrave;s acessibilidades". Ainda de acordo com Ana Nunes, "o refor&ccedil;o e a inter-substitui&ccedil;&atilde;o foram garantidos pelo agrupamento de centros de sa&uacute;de", n&atilde;o tendo sido necess&aacute;rio recorrer &agrave; colabora&ccedil;&atilde;o de funcion&aacute;rios de outros ACES, "salvo o grupo de psic&oacute;logos, cuja presen&ccedil;a est&aacute; a ser refor&ccedil;ada nas localidades, consoante as prioridades". Serra d&acute;&Aacute;gua e Curral de Freiras ficaram isoladas Al&eacute;m da Baixa do Funchal, o concelho de Ribeira Brava (ACES da Zona Oeste) foi uma das zonas mais fustigadas pela intemp&eacute;rie. Empresas de constru&ccedil;&atilde;o civil colaboraram com as equipas da Protec&ccedil;&atilde;o Civil que estiveram no terreno a desobstruir as estradas para que o socorro chegasse mais cedo &agrave;s popula&ccedil;&otilde;es isoladas. Estas equipas contaram ainda com o apoio das For&ccedil;as Armadas e dos Servi&ccedil;os Florestais. A povoa&ccedil;&atilde;o de Serra d&acute;&Aacute;gua esteve isolada durante v&aacute;rios dias, uma vez que a estrada ficou destru&iacute;da. Algumas pessoas foram evacuadas e outras sa&iacute;ram voluntariamente, para casa de familiares ou para os centros de realojamento. De acordo com o m&eacute;dico de fam&iacute;lia Lu&iacute;s Paulino, da delega&ccedil;&atilde;o da APMCG na Madeira, o apoio &agrave; popula&ccedil;&atilde;o s&oacute; foi poss&iacute;vel atrav&eacute;s da coordena&ccedil;&atilde;o da ajuda entre a autarquia e os servi&ccedil;os de sa&uacute;de de S&atilde;o Vicente, localizado a Norte, cujos acessos foram mais facilmente restabelecidos. O Centro de Sa&uacute;de de Serra d&acute;&Aacute;gua, devido a tantas dificuldades, s&oacute; voltaria a funcionar na ter&ccedil;a-feira, dia 23 de Fevereiro. O CS de Curral das Freiras, no concelho de C&acirc;mara de Lobos, tamb&eacute;m esteve fechado at&eacute; quarta-feira, dia 24 de Fevereiro. A situa&ccedil;&atilde;o dos cerca de quatro mil habitantes da freguesia foi uma das principais preocupa&ccedil;&otilde;es das autoridades. A freguesia ficou completamente isolada e, durante o dia de s&aacute;bado (20 de Fevereiro), todos os contactos resultaram infrut&iacute;feros. Dificuldades no acesso ao Centro de Sa&uacute;de do Bom Jesus De resto, os madeirenses puderam contar com os servi&ccedil;os de sa&uacute;de locais. Mesmo o Centro de Sa&uacute;de do Bom Jesus, localizado na Baixa do Funchal, retomou logo a sua actividade, apesar do acesso apenas ser poss&iacute;vel, de autom&oacute;vel, pela entrada norte do edif&iacute;cio. De acordo com Marizela Costa, directora executiva do ACES do Funchal, todos os centros de sa&uacute;de do agrupamento (Bom Jesus, Nazar&eacute;, S&atilde;o Roque, Monte e Santo Ant&oacute;nio) estavam a trabalhar na segunda-feira (22 de Fevereiro). O mesmo sucedeu nas restantes zonas da ilha (com excep&ccedil;&atilde;o de Serra d&acute;Agua, Curral de Frades e a Extens&atilde;o da T&aacute;bua, na Ribeira Brava, onde existe somente uma unidade de fisiatria). Todavia, os danos resultantes do aluvi&atilde;o e das inunda&ccedil;&otilde;es "infelizmente, s&atilde;o significativos", sendo necess&aacute;rias "repara&ccedil;&otilde;es urgentes", diz Ana Nunes. No que se refere &agrave;s comunica&ccedil;&otilde;es, embora j&aacute; esteja "praticamente reposta a rede inform&aacute;tica", foram sentidas dificuldades em diversos pontos da ilha. "Sobretudo no Agrupamento da Zona Oeste e, pontualmente, no Agrupamento da Zona Leste (Cani&ccedil;o e Camacha)", de acordo com aquela respons&aacute;vel. Equipas dos CSP desdobram-se no apoio aos desalojados Passadas as primeiras horas de afli&ccedil;&atilde;o, o director do servi&ccedil;o de Urg&ecirc;ncia do Hospital do Funchal, Pedro Ramos, bem como o presidente do conselho de administra&ccedil;&atilde;o da SESARAM, Almada Cardoso, agradeceram a todos os profissionais de sa&uacute;de pelo "servi&ccedil;o not&aacute;vel &agrave; popula&ccedil;&atilde;o madeirense, nomeadamente aos traumatizados e familiares". No mesmo sentido, o secret&aacute;rio regional dos Assuntos Sociais, Jardim Ramos, destacou que s&oacute; com "o elevado sentido de responsabilidade" dos profissionais "foi poss&iacute;vel dar uma resposta eficaz" &agrave; popula&ccedil;&atilde;o. De acordo com Ana Nunes, as equipas dos centros de sa&uacute;de (m&eacute;dicos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais), "t&ecirc;m refor&ccedil;ado o apoio na comunidade, deslocando-se aos locais onde se encontram os desalojados". Foi tamb&eacute;m criada uma "linha verde" para o "atendimento de pessoas deslocadas a precisar de cuidados, nos centros de sa&uacute;de onde est&atilde;o inscritas". O apoio psiqui&aacute;trico e de psicologia "foi refor&ccedil;ado por toda a ilha, onde se faz sentir a sua necessidade, pelas equipas concelhias de sa&uacute;de mental (m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, enfermeiros, psic&oacute;logos e assistentes sociais), sob a coordena&ccedil;&atilde;o do Departamento de Sa&uacute;de Mental e da direc&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica" do SESARAM. Excepcionalmente, nas freguesias de Serra d&acute;&Aacute;gua e Curral da Freiras, os centros de sa&uacute;de estiveram abertos durante o &uacute;ltimo fim-de-semana. Esta decis&atilde;o est&aacute; directamente relacionada com o facto de serem duas das freguesias mais afectadas pelo temporal e onde, por isso, a popula&ccedil;&atilde;o necessita de mais apoio social, psicol&oacute;gico e m&eacute;dico.

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