Jornal Médico - Quando não há milagres… restam trabalho e expectativa

Num m&ecirc;s em que a aten&ccedil;&atilde;o medi&aacute;tica se vira para a visita do Papa a Portugal, o M&eacute;dico de Fam&iacute;lia foi conhecer a realidade do CS local... Num m&ecirc;s em que a aten&ccedil;&atilde;o medi&aacute;tica se vira para a visita do Papa a Portugal e para a sua passagem pelo santu&aacute;rio de F&aacute;tima, o M&eacute;dico de Fam&iacute;lia foi conhecer a realidade do centro de sa&uacute;de local, agora em vias de se transformar em unidade de cuidados de sa&uacute;de personalizados. Encontr&aacute;mos uma das unidades de cuidados prim&aacute;rios da regi&atilde;o melhor providas de meios humanos... Mas a precisar de obras que permitam melhorar a sua funcionalidade (o espa&ccedil;o come&ccedil;a a escassear e est&aacute; mal distribu&iacute;do). Ao Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de pede-se que avance com cerca de 300 mil euros necess&aacute;rios &agrave; empreitada. Uma ninharia, perto dos 37 milh&otilde;es de euros que a economia portuguesa perdeu por cada dia que acolheu Sua Santidade. E tamb&eacute;m muito menos do que autarquia de Our&eacute;m gastou para a visita papal, em despesas de alcatroamento e sinaliza&ccedil;&atilde;o de ruas, limpeza de terrenos, arranjos paisag&iacute;sticos, aluguer de grades de protec&ccedil;&atilde;o e de casas de banho port&aacute;teis O Papa Bento XVI deslocou-se a F&aacute;tima no passado dia 13 de Maio, concedendo refor&ccedil;ada notoriedade e cor &agrave; celebra&ccedil;&atilde;o anual das apari&ccedil;&otilde;es no santu&aacute;rio mariano. Entre as figuras convidadas para a reuni&atilde;o entre o sumo pont&iacute;fice e as organiza&ccedil;&otilde;es da Pastoral Social estava a ministra da Sa&uacute;de, Ana Jorge. Os organismos e profissionais de sa&uacute;de na sua depend&ecirc;ncia tamb&eacute;m se atarefaram, antes e durante a visita papal. Facto evidenciado no aparato montado pelo Instituto Nacional de Emerg&ecirc;ncia M&eacute;dica, composto por um hospital de campanha, m&uacute;ltiplos servi&ccedil;os de retaguarda e um centro de comando instalado na cidade. Uma abund&acirc;ncia que contrasta com a realidade que fomos encontrar a escassas centenas de metros do santu&aacute;rio da Cova da Iria, no centro de sa&uacute;de da cidade santu&aacute;rio, marcada por constrangimentos v&aacute;rios. Desde logo, de ordem f&iacute;sica. A unidade ocupa um im&oacute;vel, propriedade da Junta de Freguesia de F&aacute;tima, de dimens&otilde;es consider&aacute;veis mas a necessitar urgentemente de obras. Outras institui&ccedil;&otilde;es que usavam partes do edif&iacute;cio (associa&ccedil;&otilde;es de pais, finan&ccedil;as, biblioteca, bombeiros) j&aacute; mudaram ou mudar&atilde;o a curto prazo de instala&ccedil;&otilde;es, libertando o piso t&eacute;rreo para o CS de F&aacute;tima. Contudo, &eacute; necess&aacute;rio avan&ccedil;ar com obras para requalificar o espa&ccedil;o e criar nova capacidade instalada. Actualmente, muitas das divis&otilde;es do primeiro andar (em princ&iacute;pio reservadas &agrave; presta&ccedil;&atilde;o de cuidados m&eacute;dicos e de enfermagem) acabam por ser utilizadas para outros fins, de natureza burocr&aacute;tica. Sem as obras, tamb&eacute;m n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel desenvolver novos dispositivos no piso t&eacute;rreo, entre os quais uma grande &aacute;rea de atendimento administrativo, sala para internos, gabinete de higienista oral, biblioteca, sala de reuni&otilde;es, zona especial para recep&ccedil;&atilde;o de macas e de doentes com dificuldades motoras, &aacute;reas para armazenamento de res&iacute;duos, lavandaria e at&eacute; alguns gabinetes m&eacute;dicos adicionais. J&aacute; no 1&ordm; piso, reservado daqui em diante para a actividade assistencial e de acolhimento, espera-se que a interven&ccedil;&atilde;o centralize os balc&otilde;es administrativos, hoje dispersos. Resta saber quem custear&aacute; a pintura exterior do edifico (or&ccedil;ada em perto de 30 mil euros). Investimento no edif&iacute;cio avan&ccedil;a, finalmente, em 2010 Segundo apur&aacute;mos, at&eacute; ao dia 26 de Maio a Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) ir&aacute; aceitar propostas de execu&ccedil;&atilde;o da obra. Seguir-se-&aacute; a an&aacute;lise de propostas dos empreiteiros e a adjudica&ccedil;&atilde;o do trabalho. O CS de F&aacute;tima conta actualmente com cinco m&eacute;dicos do quadro, dois internos e os contributos de quatro cl&iacute;nicos externos, que ajudam a contornar a press&atilde;o assistencial de uma cidade em crescimento O projecto &eacute; da responsabilidade da junta de freguesia local e foi objecto de avalia&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via por parte da ARSLVT, tendo conhecido ligeiras altera&ccedil;&otilde;es. Dever&aacute; custar ao Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de (MS) cerca de 300 mil euros, verba essencial para renovar um edif&iacute;cio inaugurado apenas em 1989, mas que at&eacute; no aspecto exterior evidencia necessidade de interven&ccedil;&atilde;o. De recordar que em Abril de 2009, a Assembleia de Freguesia de F&aacute;tima recebeu uma estimativa inicial para as referidas obras, calculada em 300.773 euros e 17 c&ecirc;ntimos. Na acta ent&atilde;o lavrada, registava-se o facto da freguesia - em colabora&ccedil;&atilde;o com o deputado socialista Ant&oacute;nio Gameiro - trabalhar "no sentido de esta obra ser apoiada pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de", uma vez que a sua execu&ccedil;&atilde;o viria "beneficiar imenso as condi&ccedil;&otilde;es, n&atilde;o s&oacute; de atendimento aos doentes, bem como do trabalho dos profissionais de sa&uacute;de". A inten&ccedil;&atilde;o de melhor apetrechar as instala&ccedil;&otilde;es j&aacute; leva, portanto, v&aacute;rios anos, sempre sob forte press&atilde;o das autoridades locais. Em declara&ccedil;&otilde;es ao M&eacute;dico de Fam&iacute;lia, o director executivo do Agrupamento de Centros de Sa&uacute;de (ACES) M&eacute;dio Tejo I - Serra d'Aire, Pedro Marques, diz-se convencido de que as obras poder&atilde;o ficar conclu&iacute;das em cerca de tr&ecirc;s meses. "Em Outubro, provavelmente, as instala&ccedil;&otilde;es estar&atilde;o remodeladas", explicou aquele respons&aacute;vel. Segundo Pedro Marques, o espa&ccedil;o "conquistado" ap&oacute;s a reconvers&atilde;o do edif&iacute;cio, ser&aacute; suficiente para os pr&oacute;ximos anos, "a n&atilde;o ser que a cidade de F&aacute;tima cres&ccedil;a a um ritmo maior do que o actual". Sobre a possibilidade do CS aproveitar ainda a parte das instala&ccedil;&otilde;es que hoje &eacute; ocupada pelos bombeiros da localidade, o director executivo daquele ACES n&atilde;o v&ecirc; grande necessidade de recorrer a esse expediente: "tamb&eacute;m n&atilde;o queremos construir um hospital em F&aacute;tima!". Dois m&eacute;dicos extra s&atilde;o indispens&aacute;veis No CS de F&aacute;tima inscrevem-se, em m&eacute;dia, perto de 50 utentes por m&ecirc;s. Com um total de aproximadamente 13 mil utentes nas listas e mais de 2800 sem m&eacute;dico atribu&iacute;do, a taxa de utentes a descoberto rondar&aacute; os 20%, um pouco abaixo da m&eacute;dia do ACES Serra d'Aire. Este valor &eacute; similar ao descrito num estudo divulgado em 2004 e realizado pela Sec&ccedil;&atilde;o Regional Sul da Ordem dos M&eacute;dicos, com o apoio da ARSLVT. &Agrave; data, o levantamento avaliou durante tr&ecirc;s anos as condi&ccedil;&otilde;es t&eacute;cnicas para o exerc&iacute;cio da Medicina Geral e Familiar em 24 CS da regi&atilde;o. Ou seja, em seis anos n&atilde;o foi poss&iacute;vel minorar o impacto do fen&oacute;meno dos utentes sem m&eacute;dico atribu&iacute;do, fruto da escassez de m&atilde;o-de-obra no mercado e das dificuldades de capta&ccedil;&atilde;o de recursos na regi&atilde;o do Ribatejo Norte/M&eacute;dio Tejo. Actualmente, est&atilde;o integrados no quadro do CS de F&aacute;tima cinco m&eacute;dicos (um deles com responsabilidades de chefia no conselho cl&iacute;nico do ACES), aos quais acrescem dois internos, dois m&eacute;dicos contratados a uma empresa de presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os (cumprem perto de 40 horas semanais, 32 horas desde Outubro de 2009 e mais oito horas semanais, a partir de Abril deste ano), bem como dois m&eacute;dicos de outros CS da regi&atilde;o, que passam na unidade aproximadamente 10 horas por semana. Trata-se de uma solu&ccedil;&atilde;o tempor&aacute;ria, como admitem os respons&aacute;veis do servi&ccedil;o. A presta&ccedil;&atilde;o externa de servi&ccedil;os m&eacute;dicos dirige-se ao atendimento aos utentes sem m&eacute;dico atribu&iacute;do, nas diversas val&ecirc;ncias (excepto na Sa&uacute;de Materna e Planeamento Familiar, cuidados prestados aos doentes sem m&eacute;dico por uma cl&iacute;nica da unidade). J&aacute; a consulta complementar para os doentes integrados em lista &eacute; assumida pela equipa interna. O CS de F&aacute;tima gostaria de, a breve trecho, contar nos seus quadros com sete m&eacute;dicos, dispensando os actuais apoios externos a que se v&ecirc; obrigada a recorrer. "Temos boas perspectivas nesse sentido. Contamos ficar com uma colega que est&aacute; a terminar o internato na nossa unidade (em vaga protocolada) e com outra colega que concorre a concurso regional e que j&aacute; manifestou interesse em vir para F&aacute;tima. Estas duas colegas poderiam tomar conta de dois ficheiros, assumindo a responsabilidade pela totalidade dos utentes que permanecem sem m&eacute;dico", afirma o coordenador do CS de F&aacute;tima, No&eacute; Neves. Na &oacute;ptica de Pedro Marques &eacute; poss&iacute;vel, num espa&ccedil;o de poucos meses, absorver as duas jovens m&eacute;dicas na equipa de F&aacute;tima, circunst&acirc;ncia que daria garantias de continuidade: "&eacute; preciso n&atilde;o esquecer que um dos m&eacute;dicos da equipa j&aacute; ultrapassou os 65 anos e pode, a qualquer momento, optar pela aposenta&ccedil;&atilde;o. Algo que agravaria ainda mais o atendimento em F&aacute;tima". Cidade aben&ccedil;oada com crescimento... e consequentes desafios A cidade de F&aacute;tima encontra-se em pleno desenvolvimento econ&oacute;mico e social, fruto do aumento dos servi&ccedil;os de apoio ao turismo que envolve o culto mariano. "F&aacute;tima tem a porta aberta e os utentes v&atilde;o-se inscrevendo. Perto de 500 novos utilizadores por ano &eacute; muito, h&aacute; que diz&ecirc;-lo. Em quatro anos, surge, quase do nada, mais uma lista e por, iner&ecirc;ncia, a necessidade de mais um m&eacute;dico", avan&ccedil;a No&eacute; Neves. O coordenador do CS de F&aacute;tima (neto de um irm&atilde;o de Francisco e Jacinta Marto) garante que &eacute; "sina deste CS continuar a crescer". O presidente do conselho cl&iacute;nico do ACES M&eacute;dio Tejo I - Serra d' Aire, Jos&eacute; Oliveira, considera que o rejuvenescimento das equipas m&eacute;dicas dos CS de F&aacute;tima e Our&eacute;m tardou porque durante muitos anos faltou o incentivo de mudan&ccedil;a, associado ao internato de MGF De acordo com Jos&eacute; Oliveira, actual presidente do conselho cl&iacute;nico do ACES Serra d'Aire e antigo director do CS de F&aacute;tima, existe uma raz&atilde;o que justifica a dificuldade sentida em Our&eacute;m e F&aacute;tima para captar novos m&eacute;dicos: "durante muitos anos, n&atilde;o existiam internos da especialidade na regi&atilde;o. Quando assumi fun&ccedil;&otilde;es directivas em F&aacute;tima, procurei desde logo implementar a diferencia&ccedil;&atilde;o e idoneidade do CS para receber internos. Pass&aacute;mos a ter as condi&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias para receber internos, mas durante algum tempo n&atilde;o conseguimos captar ningu&eacute;m, porque o n&uacute;mero global de internos no pa&iacute;s era reduzido. Depois, com o aumento de vagas, conquist&aacute;mos finalmente a primeira colega para internato de especialidade, h&aacute; tr&ecirc;s anos atr&aacute;s. Colega que, todos esperamos, possa ficar connosco. Com gente nova, percebe-se logo uma din&acirc;mica diferente no CS". Esta nova din&acirc;mica acompanha as transforma&ccedil;&otilde;es sentidas na pr&oacute;pria comunidade de F&aacute;tima, &agrave; medida que a cidade evolui de um povoado de grande actividade sazonal, para uma localidade com recursos est&aacute;veis ao longo de todo o ano, destino de muitas fam&iacute;lias estrangeiras que v&ecirc;m, ou trabalhar na hotelaria ou beneficiar do turismo s&eacute;nior. "H&aacute; bem pouco tempo, por exemplo, contactaram-me de um hotel para prescrever um medicamento a um h&oacute;spede estrangeiro, que ficara sem medica&ccedil;&atilde;o", ilustra No&eacute; Neves. Felizmente, segundo Jos&eacute; Oliveira, "o facto de o santu&aacute;rio dar uma resposta directa e de qualidade aos peregrinos, em mat&eacute;ria de Sa&uacute;de, faz com que muitas vezes eles n&atilde;o apare&ccedil;am no CS. &Eacute; uma esp&eacute;cie de tamp&atilde;o". Sa&uacute;de e Religi&atilde;o convivem... em paz Uma unidade de sa&uacute;de implantada num lugar como F&aacute;tima n&atilde;o pode ignorar o contexto que a envolve. Num dos espa&ccedil;os de recep&ccedil;&atilde;o do CS est&aacute; pendurado, inclusive, um quadro com uma fotografia dos pastorinhos beatificados, oferecida h&aacute; algum tempo atr&aacute;s pelo santu&aacute;rio. De um modo geral, os profissionais de sa&uacute;de levam a sua actividade sem se envolverem demasiado no fen&oacute;meno colectivo do louvor &agrave;s apari&ccedil;&otilde;es, um pouco &agrave; imagem dos pr&oacute;prios habitantes de F&aacute;tima, que olham para a sua terra com um descomprometimento admir&aacute;vel para os forasteiros. "Estamos integrados na comunidade e n&atilde;o h&aacute; qualquer g&eacute;nero de atritos. Agora, como costumo dizer, nunca vi uma peregrina&ccedil;&atilde;o de fatimenses a F&aacute;tima. Ou seja, trabalhamos em F&aacute;tima mas passamos um pouco ao lado da quest&atilde;o das apari&ccedil;&otilde;es. Todos os dias vejo o santu&aacute;rio a caminho do CS, mas abstraio-me desse facto", testemunha No&eacute; Neves. Preparar o trilho para uma USF Recentemente, surgiu no CS de F&aacute;tima um projecto de candidatura a unidade de sa&uacute;de familiar (USF), apoiada pelos &oacute;rg&atilde;os de gest&atilde;o do ACES Serra d'Aire (seria a primeira a surgir naquela regi&atilde;o). Todavia, a candidatura acabou por n&atilde;o avan&ccedil;ar, devido a algum esmorecimento dos profissionais. "Registou-se uma quebra de vontades, diluiu-se a converg&ecirc;ncia", explica o coordenador do CS de F&aacute;tima. Isto n&atilde;o implica que uma USF n&atilde;o possa nascer nos pr&oacute;ximos anos em F&aacute;tima, aproveitando, sobretudo, a energia dos elementos m&eacute;dicos mais jovens que comp&otilde;em a equipa ou que a ela se v&ecirc;m juntar. Segundo Pedro Marques, director executivo do ACES, trata-se de uma meta sensata: "j&aacute; temos v&aacute;rios m&eacute;dicos no CS de F&aacute;tima abaixo dos 50 anos e em breve poder&atilde;o juntar-se outros profissionais de faixas et&aacute;rias mais jovens. Penso que come&ccedil;am a criar-se as condi&ccedil;&otilde;es para o avan&ccedil;o de um projecto. Com o arranque da USF Locomotiva em Agosto, no Entroncamento, julgo que os profissionais de F&aacute;tima tamb&eacute;m ficar&atilde;o com uma ideia mais clara das vantagens de organiza&ccedil;&atilde;o em USF e da forma como esta poder&aacute; responder melhor &agrave;s solicita&ccedil;&otilde;es". Para o coordenador do CS de F&aacute;tima, No&eacute; Neves, &eacute; natural que, num futuro n&atilde;o muito distante, possa surgir uma USF na cidade Para j&aacute;, &eacute; sobretudo necess&aacute;rio n&atilde;o perder o esp&iacute;rito da reforma. O presidente do conselho cl&iacute;nico do ACES Serra d'Aire, Jos&eacute; Oliveira, garante que enquanto n&atilde;o surgirem USF na regi&atilde;o (para as quais identifica potencial) &eacute; preciso manter a concentra&ccedil;&atilde;o e apurar o melhor poss&iacute;vel a performance das UCSP: "complet&aacute;mos, recentemente, a contratualiza&ccedil;&atilde;o em Lisboa, anunci&aacute;mos metas e teremos planos de ac&ccedil;&atilde;o assinados at&eacute; ao fim do m&ecirc;s. Isto &eacute;, h&aacute; muito trabalho para fazer". Na perspectiva de No&eacute; Neves, existem boas condi&ccedil;&otilde;es para uma USF avan&ccedil;ar e tal poder&aacute; concretizar-se nos pr&oacute;ximos dois anos: "o obst&aacute;culo principal, nem s&atilde;o as instala&ccedil;&otilde;es - em breve remodeladas - mas a falta, at&eacute; agora, de um sentido de orienta&ccedil;&atilde;o e de objectivos comuns a todos os profissionais. Dito isto, penso que j&aacute; funcionamos de uma forma t&atilde;o abrangente e trabalhamos t&atilde;o bem que &eacute; muito f&aacute;cil transformar a actual unidade numa USF. Basta alguns acertos nos recursos humanos, a melhoria das instala&ccedil;&otilde;es e um plano de ac&ccedil;&atilde;o bem desenhado". Peregrina&ccedil;&atilde;o rima com... dila&ccedil;&atilde;o Sempre que se verifica uma peregrina&ccedil;&atilde;o a F&aacute;tima, o CS acaba paradoxalmente por se tornar um dos servi&ccedil;os mais tranquilos da cidade. Isto porque os utentes que ali vivem e trabalham est&atilde;o demasiado ocupados nas suas tarefas laborais (quase sempre ligadas ao com&eacute;rcio e servi&ccedil;os) e preferem adiar os cuidados n&atilde;o urgentes. J&aacute; os habitantes das localidades perif&eacute;ricas em torno de F&aacute;tima sabem que &eacute; importante evitar desloca&ccedil;&otilde;es &agrave; sede de freguesia, nos momentos altos do culto mariano, tal &eacute; a confus&atilde;o gerada nas ruas. "Nestes dias de maior afluxo a F&aacute;tima, nota-se uma quebra na procura do CS e de todos os servi&ccedil;os de sa&uacute;de. De facto, n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil para muitos utentes, em particular os mais idosos, chegar ao centro da cidade", alerta No&eacute; Neves. "&Eacute; verdade que, em muitos casos, as pessoas se empenham mais em fazer o seu neg&oacute;cio do que em vir ao CS, a n&atilde;o que se deparem com um situa&ccedil;&atilde;o cr&iacute;tica", completa Jos&eacute; Oliveira. Taxas de utiliza&ccedil;&atilde;o no CS de F&aacute;tima (pelo menos um contacto por ano, por utente) Planeamento Familiar 17,4% Sa&uacute;de Infantil 0 meses &ndash; 11 meses 88% Sa&uacute;de Infantil 11 meses &ndash; 23 meses 30% Sa&uacute;de Infantil 2 anos &ndash; 13 anos 20% Sa&uacute;de Infantil 14 anos &ndash; 18 anos 12% Taxa global de utiliza&ccedil;&atilde;o 65,1% M&eacute;dia de contactos directos e indirectos, por ano, entre os utentes que recorreram ao CS 3,8

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