Jornal Médico - Luís Pisco veste a bata… Em exclusividade

Ap&oacute;s 12 anos no desempenho de fun&ccedil;&otilde;es dirigentes, o ex-coordenador da MCSP regressou &agrave; Foz do Arelho, para se dedicar, em exclusivo, &agrave; pr&aacute;tica cl&iacute;nica Desde o passado dia 14 de Abril, o ex-coordenador da Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios abandonou todas as suas tarefas enquanto estratega da reforma para se dedicar, em exclusivo, &agrave; pr&aacute;tica cl&iacute;nica, na Extens&atilde;o de Sa&uacute;de da Foz do Arelho. Ap&oacute;s doze anos de interregno, assumiu a sua velha lista e garante que n&atilde;o poderia estar mais contente. Percebeu que o velho bichinho da Medicina nunca esmorece e pretende dedicar-se, de corpo e alma, a duas velhas paix&otilde;es: a Medicina Geral e Familiar e a Medicina do Trabalho. Pelo meio, talvez encontre algumas horas para experimentar a vela - uma curiosidade adiada - e para tomar conta do neto S&atilde;o 10h30. Na Extens&atilde;o de Sa&uacute;de da Foz do Arelho (Centro de Sa&uacute;de - CS - das Caldas da Rainha) reina a calma, porque quem chega arranja quase sempre consulta na hora, ou agenda-a com facilidade para o dia seguinte. A pequena unidade &eacute; servida por uma equipa reduzida (um m&eacute;dico, uma enfermeira e um administrativo) e funciona sem sobressaltos. Mas essa n&atilde;o &eacute; a principal particularidade do servi&ccedil;o, ou a not&iacute;cia que justifica a nossa ida &agrave; Regi&atilde;o Oeste. L&aacute; dentro, no gabinete m&eacute;dico, Lu&iacute;s Pisco - ex-coordenador da Miss&atilde;o para os Cuidados de Sa&uacute;de Prim&aacute;rios (MCSP) e antigo presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Portuguesa dos M&eacute;dicos de Cl&iacute;nica Geral (APMCG) - est&aacute; prestes a concluir a sua primeira semana de trabalho, ap&oacute;s o regresso &agrave; actividade cl&iacute;nica. Apesar de ocupado com uma das tarefas que mais desagrada aos m&eacute;dicos de fam&iacute;lia (MF), a emiss&atilde;o de atestados - no caso, para efeitos de ca&ccedil;a -, o cl&iacute;nico recebeu-nos com um enorme sorriso e o seu contentamento contaminava o pr&oacute;prio utente. Os dois conhecem-se h&aacute; d&eacute;cadas, &agrave; semelhan&ccedil;a do que acontece com a maioria dos doentes que integram a lista do at&eacute; h&aacute; pouco coordenador da reforma dos CSP. "Fui MF durante 14 anos, na Foz do Arelho. Hoje, 12 anos volvidos, tenho a curiosa e estranha sensa&ccedil;&atilde;o de que estive ausente apenas um m&ecirc;s. A &uacute;nica diferen&ccedil;a &eacute; que as pessoas t&ecirc;m mais uns aninhos em cima. E eu tamb&eacute;m...", confessa o cl&iacute;nico. Analisar cada ficheiro individual &eacute; um pouco como vasculhar o ba&uacute; do s&oacute;t&atilde;o, conclui Lu&iacute;s Pisco: "na medida em que o SAM &eacute; de utiliza&ccedil;&atilde;o muito recente, recorro ainda aos processos em papel. &Eacute; engra&ccedil;ado encontrar anota&ccedil;&otilde;es escritas por mim, com exames pedidos h&aacute; mais de uma d&eacute;cada!". ... M&atilde;os na massa!!! Ap&oacute;s terminar as suas fun&ccedil;&otilde;es na MCSP, Lu&iacute;s Pisco decidiu colocar de imediato as m&atilde;os na massa e ap&oacute;s algumas semanas de refrescamento cient&iacute;fico (aproveitadas para colocar em dia o conhecimento sobre normas de orienta&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica, boas pr&aacute;ticas, procedimentos administrativos, etc.), juntou-se em consulta &agrave; colega que veio substituir, para oficializar a passagem de testemunho. "A colega que estava nesta extens&atilde;o saiu com alguma tristeza, mas foi muito simp&aacute;tica, acolheu-me de forma cordial e compreendeu a situa&ccedil;&atilde;o. Afinal de contas, sempre tive a certeza de que, um dia, regressaria para fazer consultas. Nunca deixei de me ver como MF, de ter orgulho na minha profiss&atilde;o, pelo que do ponto de vista psicol&oacute;gico sempre estive na pele do m&eacute;dico, ao longo dos anos em que desempenhei outro tipo de fun&ccedil;&otilde;es", declarou ao nosso jornal. Os utentes da Foz do Arelho n&atilde;o t&ecirc;m poupado sauda&ccedil;&otilde;es de boas vindas ao seu m&eacute;dico de sempre, algu&eacute;m que acompanhavam &agrave; dist&acirc;ncia com aten&ccedil;&atilde;o, testemunha o ex-presidente da APMCG: "as pessoas estavam informadas sobre o que se passava. Viam-me na televis&atilde;o, liam artigos sobre a actividade transit&oacute;ria que desenvolvia em Lisboa. Ali&aacute;s, o ano passado planeava o meu regresso e a not&iacute;cia foi publicada na Gazeta das Caldas. Ou seja, a mensagem de que, mais tarde ou mais cedo, estaria de volta, foi sendo difundida". Montar, de novo, a bicicleta A sabedoria popular garante - no contexto velocip&eacute;dico - que quem sabe jamais esquece. Assim parece ser o caso na Medicina Familiar e no exemplo de Lu&iacute;s Pisco: "neste momento de retorno, os sentimentos s&atilde;o muito semelhantes aos que experimentei em 1984, quando comecei a dar consulta na Foz do Arelho. Acima de tudo, uma enorme tranquilidade e satisfa&ccedil;&atilde;o e nada de stress e de taquicardias. Ser m&eacute;dico &eacute; fazer algo para o qual eu e os restantes colegas estamos preparados; &eacute; assumir algo de natural". Por oposi&ccedil;&atilde;o, quando olha para o percurso que fez num passado recente, para todos os anos em que desempenhou cargos que o afastavam da pr&aacute;tica cl&iacute;nica, Lu&iacute;s Pisco elege uma alegoria automobil&iacute;stica: "os participantes no Rally Paris-Dakar sentem-se, de certeza, muito motivados pelo desafio. Mas n&atilde;o deixam de fazer sacrif&iacute;cios, de dormir no deserto, de montar e desmontar tendas. Quando chegam a Dakar, s&atilde;o tomados pela consci&ecirc;ncia do dever cumprido e pela enormidade da travessia do deserto. A sensa&ccedil;&atilde;o que tenho, em rela&ccedil;&atilde;o a estes doze anos, &eacute; a de que fiz a minha travessia do deserto". Se, nas praias de Dakar, os pilotos reencontram muitos dos seus familiares e amigos, na Foz do Arelho Lu&iacute;s Pisco teve tamb&eacute;m a oportunidade de rever caras conhecidas. Jos&eacute; Manuel Cardoso trabalhou com Lu&iacute;s Pisco, na Foz do Arelho, h&aacute; quase d&eacute;cada e meia. Quando o ex-presidente da APMCG optou por regressar &agrave;s lides cl&iacute;nicas, fez quest&atilde;o de convidar o secret&aacute;rio cl&iacute;nico (com 37 anos de carreira no SNS) para colaborar, de novo, na extens&atilde;o de sa&uacute;de. "O Dr. Pisco continua a mesma pessoa. &Eacute; sempre muito f&aacute;cil trabalhar com ele e, como m&eacute;dico, nada desaprendeu. At&eacute; porque quem sai de um centro de sa&uacute;de, depois de muitos anos de pr&aacute;tica, nunca perde o jeito", assegura. Jos&eacute; Manuel Cardoso admite que "n&atilde;o se podem fazer as coisas de um dia para outro", mas que a din&acirc;mica dentro da pequena equipa de sa&uacute;de (da qual faz tamb&eacute;m parte a enfermeira Paula Castro) est&aacute; bem e recomenda-se. Seja bem vindo, Senhor Dr.!!! Maria Fernanda lembra-se bem de Lu&iacute;s Pisco, apesar de terem decorrido mais de doze anos desde a &uacute;ltima vez que recorreu &agrave; sua consulta: "fiquei muito contente de o ver por c&aacute; e guardo excelentes mem&oacute;rias do tempo em que era meu m&eacute;dico. Tenho esperan&ccedil;a de que n&atilde;o tenha mudado por a&iacute; al&eacute;m". Os doentes, esses sim, t&ecirc;m alterado condutas menos pr&oacute;prias e prometem facilitar a vida a Lu&iacute;s Pisco, desde logo no cumprimento de hor&aacute;rios. N&atilde;o h&aacute; tempo para queixumes No decurso dos seus mandatos enquanto coordenador da MCSP, Lu&iacute;s Pisco escutou incont&aacute;veis queixas sobre sistemas inform&aacute;ticos, instala&ccedil;&otilde;es degradadas e fracas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho, &agrave; medida que visitava centros de sa&uacute;de e unidades de sa&uacute;de familiar (USF). Agora, desligado de qualquer responsabilidade na condu&ccedil;&atilde;o da reforma dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios (CSP), poderia sentir-se tentado a dar o salto para o outro lado da barricada, e lan&ccedil;ar-se, tamb&eacute;m ele, na ladainha das lamenta&ccedil;&otilde;es. Nada disso. Nem sequer ao n&iacute;vel inform&aacute;tico, contexto em que se acumulam os lamentos de muitos MF portugueses. "N&atilde;o fiz nenhuma forma&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica no SAM. Passei apenas duas horas com uma t&eacute;cnica de inform&aacute;tica, que me explicou mais ou menos como funcionava a aplica&ccedil;&atilde;o. &Eacute; &oacute;bvio que s&oacute; &eacute; poss&iacute;vel tirar bom partido de um software ap&oacute;s algum tempo de uso. Mas, sem treino especial e logo na primeira semana de trabalho, tenho passado receitas, credenciais de MCDT e de transporte, bem como atestados atrav&eacute;s do SAM", frisa. Ao nosso jornal, Lu&iacute;s Pisco confessou que ainda n&atilde;o lhe foi poss&iacute;vel inserir devidamente toda a informa&ccedil;&atilde;o cl&iacute;nica dos doentes no seu registo electr&oacute;nico, por atravessar uma fase de adapta&ccedil;&atilde;o e por observar 17 a 18 doentes por per&iacute;odo de consulta. Essa ser&aacute;, contudo, uma das prioridades a curto prazo. No que respeita &agrave;s instala&ccedil;&otilde;es, tamb&eacute;m n&atilde;o se vislumbram queixas de maior do ex-dirigente da APMCG. Apesar de ter trabalhado muitos anos na Foz do Arelho, o actual edif&iacute;cio da extens&atilde;o representa uma novidade: "antigamente trabalhava em instala&ccedil;&otilde;es pr&eacute;-fabricadas, de m&aacute; qualidade. O espa&ccedil;o que hoje ocupamos precisa de pequenas pinturas e ajustes, nada mais. Bastou-me trazer os quadros e personalizar o gabinete. Ali&aacute;s, nem toda a gente se pode gabar de ver, no local de trabalho e atrav&eacute;s da sua janela, a Lagoa de &Oacute;bidos. N&atilde;o tenho raz&otilde;es para me insurgir, em especial quando olho para as instala&ccedil;&otilde;es do CS das Caldas da Rainha ou para os espa&ccedil;os ocupados pela direc&ccedil;&atilde;o executiva do ACES e pela unidade de apoio &agrave; gest&atilde;o. Sinto-me privilegiado ". Igualmente privilegiada &eacute; a vista de que desfruta este m&eacute;dico, a caminho do seu posto de trabalho. Um verdadeiro t&oacute;nico matinal: "demoro cinco minutos de carro entre a minha casa e a unidade de sa&uacute;de, num percurso paralelo &agrave; &aacute;gua. De manh&atilde;, a lagoa parece um espelho, um daqueles lagos austr&iacute;acos de que tanto gosto. S&atilde;o, portanto, breves minutos de um trajecto verdadeiramente relaxante. Muito diferente das quase tr&ecirc;s horas di&aacute;rias que passava no carro durante os &uacute;ltimos anos, em desloca&ccedil;&otilde;es de e para Lisboa. &Eacute; um ganho muito importante, a que se junta a cren&ccedil;a de que volto a um lugar onde sou estimado". Dedicado em exclusividade ... ao SNS e ao neto Neste regresso &agrave; Extens&atilde;o da Foz do Arelho, Lu&iacute;s Pisco cumpre 42 horas semanais de trabalho, em exclusividade. A seu cargo, tem uma lista de 1500 utentes, para os quais disponibiliza a tradicional consulta de adulto, atendimento ao n&iacute;vel da Sa&uacute;de Infantil e do Planeamento Familiar. "Uma das caracter&iacute;sticas que sempre preservei, ao longo dos 14 anos que dei consulta na Foz do Arelho, foi a acessibilidade. &Eacute; algo que pretendo manter agora e t&ecirc;m sido raros os casos de pessoas que n&atilde;o s&atilde;o consultadas no pr&oacute;prio dia, quando n&atilde;o possuem um agendamento", avan&ccedil;a o MF. Prepara-se, tamb&eacute;m, para iniciar um servi&ccedil;o de Sa&uacute;de Ocupacional, acess&iacute;vel a todos os profissionais do Agrupamento de Centros de Sa&uacute;de (ACES) Oeste Norte (cerca de 420) e que lhe ocupar&aacute; doze horas por semana. "Tendo eu tamb&eacute;m a especialidade de Medicina do Trabalho, n&atilde;o faria sentido que n&atilde;o a pusesse ao servi&ccedil;o do ACES. Depois, este servi&ccedil;o foi percepcionado pela direc&ccedil;&atilde;o do ACES como uma mais-valia, ao n&iacute;vel da preven&ccedil;&atilde;o da doen&ccedil;a e promo&ccedil;&atilde;o da sa&uacute;de, com particular incid&ecirc;ncia para a gest&atilde;o do stress ocupacional", lembra Lu&iacute;s Pisco. O cl&iacute;nico mostra-se muito entusiasmado com este projecto, um dos primeiros do g&eacute;nero a nascer no seio dos ACES e dotado de uma equipa multidisciplinar completa (m&eacute;dico, enfermeiro, higienista oral, etc.). Apesar de ter recebido v&aacute;rios convites para colaborar em projectos internacionais, no dom&iacute;nio da avalia&ccedil;&atilde;o da qualidade em sa&uacute;de, Lu&iacute;s Pisco n&atilde;o deseja sair do pa&iacute;s e pensa que ter&aacute; um importante contributo a dar por via da recentemente criada Sociedade Portuguesa para a Qualidade na Sa&uacute;de. "&Eacute; uma &aacute;rea que sempre me interessou e &eacute; normal que venha a participar em ac&ccedil;&otilde;es subordinadas a este tema", confirmou-nos. Para al&eacute;m de todos os des&iacute;gnios associados &agrave; pr&aacute;tica cl&iacute;nica, Lu&iacute;s Pisco tem outra responsabilidade de vulto entre m&atilde;os, a &uacute;nica que lhe faz desviar rumo para fora do SNS: "de vez em quando, a minha filha pergunta-me se posso ficar a tomar conta do meu neto. Tem nove meses de idade e implica um trabalho bem s&eacute;rio!". Special One? Nem pensar... Lu&iacute;s Pisco quer ser, no seio do ACES Oeste Norte, um MF como os outros. Recusa, desde j&aacute;, qualquer tratamento preferencial e mostra-se indispon&iacute;vel para coordenar ou dinamizar seja o que for. "Estou concentrado em ser um bom MF, em puder justificar as minhas decis&otilde;es cl&iacute;nicas com base em evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica, em ter uma pol&iacute;tica de prescri&ccedil;&atilde;o racional e em trabalhar bem os registos cl&iacute;nicos", afirma. Embora tenha sido convidado para integrar uma USF nas Caldas da Rainha e tenha ponderado trabalhar no CS do Bombarral (onde colaborou, em tempos, no Servi&ccedil;o de Atendimento Permanente), Lu&iacute;s Pisco acabou mesmo por ceder &agrave; tenta&ccedil;&atilde;o da Foz do Arelho: "sinto-me muito bem na Foz do Arelho, integrado numa unidade de cuidados de sa&uacute;de personalizados, um modelo em nada inferior ao da USF". Sob o resguardo do anonimato e do seu papel de simples MF, Lu&iacute;s Pisco sente, sobretudo, um enorme prazer em acompanhar a evolu&ccedil;&atilde;o dos CSP como um observador atento, mas descomprometido. N&atilde;o consegue, ainda assim, evitar um coment&aacute;rio ir&oacute;nico: "&eacute; uma tranquilidade abrir, de manh&atilde;, a caixa de correio electr&oacute;nico e saber que n&atilde;o somos respons&aacute;veis por nenhuma das desgra&ccedil;as que surgem anunciadas". O ex-coordenador da MCSP relembra, inclusive, que j&aacute; sabe o que significa entrar num ritmo mais sereno e num contexto socioprofissional diferente, sem criar grandes alaridos: "n&atilde;o &eacute; a primeira vez que passo por uma experi&ecirc;ncia destas, de descompress&atilde;o. Durante muitos anos estive na direc&ccedil;&atilde;o da APMCG, recebi e dei muito nesse per&iacute;odo, mas consegui cortar esse cord&atilde;o umbilical. Nunca mais ningu&eacute;m me ouviu tecer qualquer coment&aacute;rio sobre a associa&ccedil;&atilde;o. O mesmo se passou na direc&ccedil;&atilde;o da WONCA Europa e no Instituto da Qualidade em Sa&uacute;de. As coisas t&ecirc;m o seu tempo e surgem, naturalmente, outros protagonistas. H&aacute; que saber sair de cena". Ao fim de uma semana de trabalho, sossegado pelos sinais que detecta em si mesmo (paz interior, receptividade aos doentes, conforto no acto m&eacute;dico), Lu&iacute;s Pisco mostra-se confiante de que deu o passo certo: "ao contr&aacute;rio do que se poderia pensar e do que &eacute; habitual dizer-se, julgo que se perdeu um mau dirigente e se ganhou um bom m&eacute;dico. Sinto que devo dar um novo contributo &agrave; reforma dos CSP sendo, apenas e s&oacute;, um bom MF". &Agrave; nossa reportagem, o novo/velho m&eacute;dico da Foz do Arelho mostrou-se intrigado com o interesse medi&aacute;tico que ainda possa existir em torno da sua pessoa, avan&ccedil;ando, ainda assim, com uma teoria plaus&iacute;vel: "fiquei surpreendido com a presen&ccedil;a de um rep&oacute;rter do M&eacute;dico de Fam&iacute;lia &agrave; porta da extens&atilde;o de sa&uacute;de. N&atilde;o temos por estas bandas USF e aqui apenas exerce um MF rural. O que despertar&aacute; o interesse do vosso jornal ser&aacute;, porventura, as mensagens que recebem e que questionam o facto de eu estar, com toda a certeza, a 100 quil&oacute;metros de Lisboa. Mas posso garantir que sim... estou bem longe, muito ocupado e, acima de tudo, muito satisfeito. Posso, desta forma, tranquilizar as pessoas que viviam inseguras face a tal d&uacute;vida". Receios de que os doentes se tornem aborrecidos, obstinados ou demasiado exigentes podem lan&ccedil;ar nuvens sobre o futuro de Lu&iacute;s Pisco, mas o MF consegue colocar tais pensamentos na perspectiva certa: "sou uma pessoa tranquila e &eacute; dif&iacute;cil fazer-me perder as estribeiras. N&atilde;o h&aacute; nada que um doente me possa comunicar que se compare &agrave;s perguntas de alguns jornalistas, maldispostos...".

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