Jornal Médico - Internos e recém-especialistas exigem rapidez nas colocações e contratos de 40 horas

Um grupo de internos e rec&eacute;m-especialistas em Medicina Geral de Familiar da Zona Sul, enviou a Ana Jorge um manifesto... Um grupo de internos e rec&eacute;m-especialistas em Medicina Geral de Familiar da Zona Sul, enviou a Ana Jorge um manifesto, alertando para os problemas que se registam na integra&ccedil;&atilde;o dos novos m&eacute;dicos de fam&iacute;lia no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de. No documento, os jovens m&eacute;dicos exigem a "coloca&ccedil;&atilde;o dos rec&eacute;m-especialistas de forma mais c&eacute;lere, com base na abertura de concursos com regras claras e definidas" Entre as queixas apresentadas pelos internos e jovens m&eacute;dicos de fam&iacute;lia (MF) a Ana Jorge encontra-se, por exemplo, a necessidade das coloca&ccedil;&otilde;es de rec&eacute;m-especialistas no Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (SNS) se efectuarem "com periodicidade definida (anual ou bianual) e regular (...)". Os internos e jovens MF exigem a "abertura de um concurso nacional que permita mobilidade dos m&eacute;dicos entre as v&aacute;rias regi&otilde;es do pa&iacute;s (...)" e a possibilidade de todos os rec&eacute;m-especialistas que desejem aumentar o n&uacute;mero de utentes em lista, poderem aceder a um contrato de 40 horas semanais, com remunera&ccedil;&atilde;o adequada. No mesmo documento, representantes da futura gera&ccedil;&atilde;o da Medicina Geral e Familiar (MGF) asseguram ainda que "o actual modelo de contrata&ccedil;&atilde;o de rec&eacute;m-especialistas em MGF &eacute; lento e desorganizado", que a contrata&ccedil;&atilde;o de jovens especialistas n&atilde;o &eacute; realizada atempadamente e que continuam por fundar concursos nacionais para a coloca&ccedil;&atilde;o destes profissionais, algo j&aacute; em vigor para as "contrata&ccedil;&otilde;es de colegas de especialidades hospitalares". Os promotores da iniciativa mostram-se "desiludidos pela forma como diariamente v&ecirc;em colegas de outras especialidades, m&eacute;dicos estrangeiros e m&eacute;dicos sem especialidade, serem admitidos nos Centros de Sa&uacute;de para desempenharem fun&ccedil;&otilde;es para as quais n&atilde;o t&ecirc;m forma&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica". Declaram, igualmente, ser "incompreens&iacute;vel que se percam profissionais, para o sector privado, por exemplo, que investiram mais de 10 anos em forma&ccedil;&atilde;o e nos quais os Estado tamb&eacute;m investiu, apenas devido a regulamenta&ccedil;&atilde;o insuficiente". Ali&aacute;s, os jovens cl&iacute;nicos prev&ecirc;em que a "manter-se esta atitude inexplic&aacute;vel para com os MF e os cidad&atilde;os portugueses, haja uma perda potencial de profissionais de sa&uacute;de com forma&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica, paga pelos contribuintes, para um sistema privado, cada vez mais desenvolvido e popularizado, mas altamente penalizador para a viabilidade do SNS". O documento, tornado p&uacute;blico em confer&ecirc;ncia de imprensa por muitos dos seus redactores, foi redigido por perto de uma vintena de profissionais, com base nos debates realizados no &acirc;mbito do "Espa&ccedil;o do Interno" das XV Jornadas do Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul, organizadas em &Eacute;vora entre os dias 25 e 27 de Outubro. Neste debate, utilizado para dar voz &agrave;s preocupa&ccedil;&otilde;es da classe, participaram mais de uma centena de internos, rec&eacute;m-especialistas e orientadores de forma&ccedil;&atilde;o. De referir que a pr&oacute;pria Ana Jorge marcou presen&ccedil;a nas XV Jornadas do Internato de Medicina Geral e Familiar da Zona Sul, tendo ent&atilde;o confessado existirem dificuldades no terreno. Dificuldades que, do seu ponto de vista, seriam contornadas com "empenho e disponibilidade". &Eacute; importante transmitir a mensagem &agrave; sociedade civil Em declara&ccedil;&otilde;es ao nosso jornal, Raquel Ascen&ccedil;&atilde;o - interna do 3&ordm; ano de MGF e uma das promotoras do documento - ressalva que o grupo que redigiu este texto deve ser olhado dentro de um contexto peculiar: "falamos e comunicamos apenas em nome do grupo restrito que se reuniu para este fim e n&atilde;o temos, sequer, for&ccedil;a jur&iacute;dica para apresentar ideias em nome da totalidade dos internos, j&aacute; que n&atilde;o integramos qualquer comiss&atilde;o ou &oacute;rg&atilde;o eleito. Por&eacute;m, como se juntou um grupo interessado de pessoas no final do debate realizado em &Eacute;vora, sentimos a necessidade de reunir todos os pontos cruciais num &uacute;nico documento e ventilar estas opini&otilde;es para o exterior. Para estas posi&ccedil;&otilde;es foram ainda importantes os contributos vindos de um f&oacute;rum virtual criado para o efeito". "A nossa iniciativa acabou por ser estimulada por tudo aquilo que os colegas j&aacute; fizeram no passado e surge, de algum modo, em complemento do que j&aacute; foi alcan&ccedil;ado. Na nossa vis&atilde;o, o mais importante agora era mostrar &agrave; sociedade portuguesa o que se est&aacute; a passar no treino da nossa especialidade e na posterior coloca&ccedil;&atilde;o de MF. Da&iacute; a estrat&eacute;gia agora seguida, centrada numa confer&ecirc;ncia de imprensa", explicou ao nosso jornal a jovem interna. Na senda dos princ&iacute;pios defendidos neste documento, Raquel Ascen&ccedil;&atilde;o sublinha que o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de deve avan&ccedil;ar, num futuro pr&oacute;ximo, para solu&ccedil;&otilde;es que se tornaram bem evidentes: "as coloca&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o mais c&eacute;leres, caso se caminhe na direc&ccedil;&atilde;o de um concurso nacional. Antes desse concurso nacional &eacute; preciso tamb&eacute;m fazer um levantamento, real, das necessidades de novos especialistas em todo o territ&oacute;rio. Em paralelo, &eacute; urgente dar a oportunidade aos colegas que hoje cumprem hor&aacute;rios de 35 horas semanais de passarem para regimes de 40 horas, de acordo com uma nova grelha salarial e com vista a colmatar necessidades de cobertura registadas no pa&iacute;s".

Terceiro espaço

Mais lidas