Jornal Médico - OEDT alerta para perigos dos cortes orçamentais

O Observat&oacute;rio Europeu da Droga e da Toxicodepend&ecirc;ncia avisou, h&aacute; dias, que os cortes or&ccedil;amentais no combate &agrave; toxicodepend&ecirc;ncia podem ter custos... O Observat&oacute;rio Europeu da Droga e da Toxicodepend&ecirc;ncia (OEDT) avisou, h&aacute; dias, que os cortes or&ccedil;amentais no combate &agrave; toxicodepend&ecirc;ncia podem ter custos sociais e econ&oacute;micos ainda maiores no futuro. No relat&oacute;rio anual do OEDT, divulgado este m&ecirc;s em Lisboa, alerta-se para o risco de se tomarem "decis&otilde;es pol&iacute;ticas que obriguem a Europa a ter de suportar, a longo prazo, custos muito superiores &agrave;s eventuais poupan&ccedil;as obtidas a curto prazo". Para al&eacute;m disso, h&aacute; o "duplo perigo de as medidas de austeridade causarem cortes na oferta de respostas eficazes numa altura em que a sua necessidade pode estar a aumentar", sublinha o relat&oacute;rio. Presidente do IDT desdramatiza O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodepend&ecirc;ncia (IDT), Jo&atilde;o Goul&atilde;o, desdramatizou os cortes or&ccedil;amentais previstos para o sector, afirmando esperar que o investimento se mantenha na &aacute;rea de "maior retorno": a do tratamento. Em declara&ccedil;&otilde;es aos jornalistas &agrave; margem da apresenta&ccedil;&atilde;o do relat&oacute;rio anual do OEDT, Jo&atilde;o Goul&atilde;o afirmou que "h&aacute; uma ligeira diminui&ccedil;&atilde;o do or&ccedil;amento (do IDT para 2011), mas que esta n&atilde;o &eacute; dram&aacute;tica nem sequer compar&aacute;vel &agrave;quilo que acontece em outros servi&ccedil;os p&uacute;blicos no sector da sa&uacute;de". O presidente do IDT referiu que os cortes no or&ccedil;amento dever&atilde;o rondar os quatro por cento. Medidas que dever&atilde;o reflectir-se, para j&aacute;, no despedimento de cerca de 200 trabalhadores prec&aacute;rios do IDT. "O que julgamos &eacute; que ser&aacute; poss&iacute;vel manter o investimento nas &aacute;reas que t&ecirc;m dado mais retorno e essas s&atilde;o inevitavelmente as quest&otilde;es do tratamento", disse o tamb&eacute;m presidente do conselho de administra&ccedil;&atilde;o (CA) do OEDT. Reduzir na preven&ccedil;&atilde;o, manter no tratamento Jo&atilde;o Goul&atilde;o defendeu - com outros respons&aacute;veis do OEDT e da Uni&atilde;o Europeia (UE) presentes na apresenta&ccedil;&atilde;o do relat&oacute;rio - que "os Estados, a terem que fazer cortes, devem faz&ecirc;-los onde a evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica n&atilde;o &eacute; t&atilde;o grande relativamente &agrave;quilo que s&atilde;o benef&iacute;cios". A preven&ccedil;&atilde;o est&aacute; identificada como uma destas &aacute;reas, referiu, indicando que as grandes campanhas medi&aacute;ticas, que em Portugal j&aacute; n&atilde;o se fazem "h&aacute; muito tempo", s&atilde;o instrumentos "cujos resultados s&atilde;o no m&iacute;nimo duvidosos. Alguns estudos apontam mesmo para que sejam contraproducentes". J&aacute; os cortes no tratamento podem "comprometer muito do trabalho que foi desenvolvido em Portugal e em outros pa&iacute;ses", defendeu. Jogando "com os recursos existentes e com base em crit&eacute;rios demogr&aacute;ficos", o que h&aacute; a fazer &eacute; "refor&ccedil;ar as equipas que est&atilde;o mais sujeitas a solicita&ccedil;&otilde;es e eventualmente aliviar o hor&aacute;rio de outras que t&ecirc;m menos press&atilde;o". Trata-se de "alocar de uma forma mais racional os recursos dispon&iacute;veis", resumiu o respons&aacute;vel. Atrair profissionais sempre foi dif&iacute;cil Jo&atilde;o Goul&atilde;o admitiu que a actual situa&ccedil;&atilde;o constitui "uma oportunidade para emendar um pouco a m&atilde;o" na rede de cuidados do IDT, que foi sendo constru&iacute;da, "em alguns casos, pela disponibilidade ou por press&atilde;o das autarquias e n&atilde;o pelos crit&eacute;rios de evid&ecirc;ncia cient&iacute;fica". O presidente do IDT acrescentou que as dificuldades do instituto em recursos humanos "n&atilde;o passam s&oacute; pelos actuais constrangimentos econ&oacute;micos", mas pela "dificuldade em atrair profissionais para trabalharem numa &aacute;rea reconhecidamente dif&iacute;cil". "N&oacute;s abrimos concursos e n&atilde;o conseguimos que as pessoas venham trabalhar nesta &aacute;rea. Nem sequer se trata de n&atilde;o ter dinheiro para lhes pagar. N&atilde;o v&ecirc;m, pura e simplesmente, e essa &eacute; uma dificuldade que n&atilde;o &eacute; de hoje nem de ontem, &eacute; de sempre", afirmou.

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