Jornal Médico - Laboratório em movimento… no Entroncamento

A 15 de Setembro celebrou-se o Dia do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de, com iniciativas programadas para todo o pa&iacute;s. Na cidade do Entroncamento... A 15 de Setembro celebrou-se o Dia do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de, com iniciativas programadas para todo o pa&iacute;s. Na cidade do Entroncamento, por&eacute;m, a efem&eacute;ride adquiriu um significado especial. &Eacute; que durante a jornada de festa, foi inaugurado o novo modelo organizativo para os cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios, com a entrada em cena de diversas unidades funcionais, complementares entre si: uma unidade de sa&uacute;de familiar, uma unidade de cuidados na comunidade e o progresso acelerado de uma unidade de cuidados de sa&uacute;de personalizados. Alguns profissionais ficam em m&oacute;dulos higieniz&aacute;veis tempor&aacute;rios, outros ser&atilde;o for&ccedil;ados a mudar-se v&aacute;rias vezes nos pr&oacute;ximos anos at&eacute; que as instala&ccedil;&otilde;es, que neste momento passam por obras de renova&ccedil;&atilde;o, possam acolher toda a estrutura. O sacrifico, todavia, parece valer a pena e o povo sabe, para j&aacute;, que n&atilde;o faltar&aacute; m&eacute;dico de fam&iacute;lia a ningu&eacute;m Invulgar, no m&iacute;nimo. No Agrupamento de Centros de Sa&uacute;de (ACES) Serra d' Aire, as conting&ecirc;ncias da reforma fizeram com que no mesmo dia se concentrassem v&aacute;rios actos de enorme simbolismo para os servi&ccedil;os de sa&uacute;de do Entroncamento. De facto, foram inauguradas, em simult&acirc;neo, a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) do Entroncamento e a Unidade de Sa&uacute;de Familiar (USF) Locomotiva, servi&ccedil;os visitados na ocasi&atilde;o pelo secret&aacute;rio de Estado Adjunto e da Sa&uacute;de, Manuel Pizarro. Em actividade est&aacute; igualmente a Unidade de Cuidados de Sa&uacute;de Personalizados (UCSP), que espera apenas pela integra&ccedil;&atilde;o de mais alguns profissionais para evoluir no sentido planeado pelos seus respons&aacute;veis. O governante passou por estas tr&ecirc;s unidades, apresentou votos de bom trabalho, dinamizou as hostes e aproveitou para visitar as obras que est&atilde;o a decorrer nas instala&ccedil;&otilde;es do Centro de Sa&uacute;de (CS) local e que permitir&atilde;o que dentro de aproximadamente dois anos, se os prazos forem cumpridos - acolher a totalidade dos profissionais colocados na regi&atilde;o. At&eacute; l&aacute;, as diversas equipas ficar&atilde;o instaladas em m&oacute;dulos higieniz&aacute;veis (no caso da USF) ou nas zonas alvo de reorganiza&ccedil;&atilde;o e reaproveitamento do espa&ccedil;o dispon&iacute;vel na parte j&aacute; edificada das instala&ccedil;&otilde;es (no caso da UCC e da UCSP do Entroncamento). No dia que Portugal consagrou para a celebra&ccedil;&atilde;o do Servi&ccedil;o Nacional de Sa&uacute;de (SNS), a popula&ccedil;&atilde;o do concelho ribatejano sentiu &oacute;bvias transforma&ccedil;&otilde;es na rotina dos servi&ccedil;os p&uacute;blicos. Ainda que muitos tenham estranhado os pavilh&otilde;es tempor&aacute;rios inaugurados (algo frios e impessoais, por fora e por dentro), a verdade &eacute; que a frase mais proferida era finalmente, um m&eacute;dico de fam&iacute;lia (MF). De facto, com o arranque da USF Locomotiva e a reorganiza&ccedil;&atilde;o das unidades irm&atilde;s, ser&aacute; poss&iacute;vel oferecer apoio cl&iacute;nico individualizado aos cerca de seis mil e quinhentos utentes que se encontravam a descoberto. Ou seja. todos os habitantes do concelho do Entroncamento passam a integrar, a partir de agora, listas de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia.. UCC com oferta alargada A UCC do Entroncamento, a funcionar desde meados de Setembro, destaca-se, antes de mais, pela diversidade e complementaridade dos servi&ccedil;os que oferece &agrave; popula&ccedil;&atilde;o. Quando estiver dotada de todos os meios humanos previstos na candidatura apresentada pela equipa de profissionais, esta UCC ter&aacute; capacidade para intervir nos m&uacute;ltiplos contextos do ciclo de vida individual e familiar (cuidados neo-natais, interven&ccedil;&atilde;o no meio escolar, apoio &agrave; parentalidade, aos idosos e cuidados paliativos, entre outros). A equipa integra seis enfermeiros, com especializa&ccedil;&otilde;es em &aacute;reas t&atilde;o distintas como as da Enfermagem Comunit&aacute;ria, Sa&uacute;de Mental e Psiqui&aacute;trica, Sa&uacute;de P&uacute;blica, Reabilita&ccedil;&atilde;o ou Nutri&ccedil;&atilde;o. Em complemento, fazem parte da equipa uma assistente t&eacute;cnica, uma nutricionista, uma m&eacute;dica (com onze horas semanais reservadas para a UCC), uma higienista oral, uma t&eacute;cnica de cardiopneumologia, um psic&oacute;logo, um fisioterapeuta e uma t&eacute;cnica de servi&ccedil;o social. Isabel Vital, coordenadora da USF Locomotiva, confia que o seu grupo saber&aacute; manter-se em sintonia com as restantes unidades do ACES, em recusa absoluta do isolacionismo A coordenadora da unidade &eacute; S&oacute;nia Pereira, tamb&eacute;m enfermeira chefe do CS do Entroncamento. A UCC ficar&aacute; instalada, provisoriamente, na parte velha do edif&iacute;cio do CS, at&eacute; que as novas alas - em fase de edifica&ccedil;&atilde;o - permitam uma mudan&ccedil;a intercalar. Depois, quando a sec&ccedil;&atilde;o mais antiga do edif&iacute;cio ficar por sua vez renovada, o grupo da UCC voltar&aacute; ao local de origem. "Ser&atilde;o dois anos de mobilidade e de adapta&ccedil;&atilde;o, mas creio que os profissionais de sa&uacute;de saber&atilde;o enfrentar os constrangimentos (s&atilde;o inevit&aacute;veis), j&aacute; que t&ecirc;m uma meta a perseguir", explicou ao nosso jornal S&oacute;nia Pereira. Uma vez que a reorganiza&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os deixou a UCSP apenas com um enfermeiro (para 6 mil e quinhentas pessoas) e at&eacute; que tr&ecirc;s novos profissionais possam ser devidamente integrados naquele servi&ccedil;o, quatro enfermeiros da UCC continuar&atilde;o ligados &agrave; UCSP. "Ficou previamente negociado que, enquanto n&atilde;o existirem recursos de enfermagem para garantir a presta&ccedil;&atilde;o global aos utentes inscritos na UCSP, a integra&ccedil;&atilde;o dos enfermeiros existentes na UCC ser&aacute; gradual. N&atilde;o poder&iacute;amos, de facto, deixar pontas soltas e todo o processo de reorganiza&ccedil;&atilde;o tem de ser feito &agrave; medida da aloca&ccedil;&atilde;o de recursos", explicou ao nosso jornal a coordenadora da UCC. Durante a primeira semana de funcionamento, por exemplo, a UCC encarregou-se da visita&ccedil;&atilde;o domicili&aacute;ria de todas as unidades funcionais. A breve trecho, a UCC do Entroncamento pretende refor&ccedil;ar a interven&ccedil;&atilde;o especializada em &aacute;reas como os Cuidados Paliativos ou a Sa&uacute;de Mental e Psiqui&aacute;trica. Uma decis&atilde;o que S&oacute;nia Pereira comunicou ao secret&aacute;rio de Estado Adjunto e da Sa&uacute;de, Manuel Pizarro, que fez quest&atilde;o de marcar presen&ccedil;a na cerim&oacute;nia de lan&ccedil;amento do novo modelo organizacional do CS. Intervir na comunidade Para os pr&oacute;ximos meses, a UCC deseja desenvolver, tamb&eacute;m, um conjunto de projectos de fundo, nomeadamente no meio escolar (ao n&iacute;vel das estrat&eacute;gias de preven&ccedil;&atilde;o anti-bullying) e na vertente da estrutura&ccedil;&atilde;o familiar (por interm&eacute;dio de um programa de parentalidade, que inclui curso de prepara&ccedil;&atilde;o para o parto, recupera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-parto, visita domicili&aacute;ria, ou apoio &agrave; amamenta&ccedil;&atilde;o). Para j&aacute;, S&oacute;nia Pereira n&atilde;o teme que as novas tarefas a desenvolver na UCC, associadas a um panorama de reorganiza&ccedil;&atilde;o e de ajustamento por parte dos profissionais, venham a ter implica&ccedil;&otilde;es negativas para os utentes: "se n&atilde;o trabalh&aacute;ssemos a comunica&ccedil;&atilde;o, a integra&ccedil;&atilde;o de processos com as outras unidades funcionais, haveria sempre lugar a falhas. Em boa verdade, a comunidade deveria ter pouca percep&ccedil;&atilde;o da mudan&ccedil;a, aperceber-se apenas de que est&aacute; a ser alvo de mais cuidados e de mais tempo investido". Por todas estas raz&otilde;es, S&oacute;nia Pereira refor&ccedil;a a necessidade de todas as unidades criadas dentro do ACES (sejam elas UCC, USF, ou UCSP) unirem esfor&ccedil;os: "n&atilde;o se trata de unidades isoladas, mas complementares, capazes de trabalharem de forma articulada e intersectorial". Para a coordenadora da UCC do Entroncamento, a enfermeira chefe S&oacute;nia Pereira, &eacute; fundamental que as diversas unidades funcionais do ACES comuniquem entre si, para obterem resultados consistentes Dois dos campos de ac&ccedil;&atilde;o que exigem o suporte de todos os sectores s&atilde;o, por exemplo, o combate &agrave; obesidade e ao excesso de peso (problema que no concelho do Entroncamento j&aacute; atinge mais de 36% da popula&ccedil;&atilde;o residente) ou a integra&ccedil;&atilde;o das 190 fam&iacute;lias de etnia cigana que vivem na regi&atilde;o. "N&atilde;o &eacute; desej&aacute;vel que uma unidade promova hoje uma ac&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea da Diabetes e, no dia seguinte, outra unidade funcional principie uma iniciativa similar. Tem de haver um trabalho integrado, que nas&ccedil;a de uma vis&atilde;o conjunta", refor&ccedil;a a enfermeira chefe. Locomotiva... a todo o vapor e com muita garra Na USF Locomotiva est&atilde;o inscritos 14 mil e duzentos utentes, para um total de oito m&eacute;dicos, oito enfermeiros e seis assistentes t&eacute;cnicos. No dia de abertura, a coordenadora da unidade, Isabel Vital, salientou a alegria de todos por "a Locomotiva come&ccedil;ar a andar", salientando que todos os membros da equipa estavam "conscientes do enorme trabalho que resta pela frente". A m&eacute;dica de fam&iacute;lia quer preservar uma estreita liga&ccedil;&atilde;o com todas as unidades funcionais do ACES, salientando que "o CS de Entroncamento sempre manteve um la&ccedil;o muito pr&oacute;ximo com a comunidade. A comunica&ccedil;&atilde;o e a acessibilidade aos colegas sempre foi uma mais-valia para a continuidade de cuidados prestados &agrave; popula&ccedil;&atilde;o". Uma das particularidades que mais impressiona todos os que entram pela primeira vez na USF Locomotiva &eacute; o espa&ccedil;o que esta ocupa, distribu&iacute;da que est&aacute; por m&oacute;dulos higieniz&aacute;veis. Trata-se de uma solu&ccedil;&atilde;o tempor&aacute;ria, a vigorar nos pr&oacute;ximos dois anos e at&eacute; que a empreitada em curso no Entroncamento permita a incorpora&ccedil;&atilde;o da USF no edif&iacute;cio renovado do CS. "O primeiro impacto visual aponta para a ideia de um caixote. Mas penso que os utentes, depois de entrarem, ficar&atilde;o agradados e surpreendidos com as instala&ccedil;&otilde;es. Isto porque aquilo que &eacute; vis&iacute;vel do exterior n&atilde;o corresponde ao que est&aacute; dispon&iacute;vel no interior", explica a coordenadora da unidade. A equipa est&aacute; sobretudo preocupada, nesta fase, com a exiguidade da sala de espera, mas acredita que a filosofia subjacente &agrave;s USF - cuidados agendados e definidos com alto grau de previsibilidade - permitir&aacute; evitar grandes enchentes, com limita&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m, das presen&ccedil;as n&atilde;o programadas aos reais casos de doen&ccedil;a aguda. "Alguns dos doentes, habituados a recorrer &agrave; consulta de atendimento complementar, podem revelar-se pouco disciplinados. Assim, uma das nossas preocupa&ccedil;&otilde;es iniciais &eacute; o afluxo de um grande n&uacute;mero de utentes no mesmo dia, para os quais n&atilde;o dispomos de um espa&ccedil;o de acolhimento condizente. Ser&aacute;, portanto, indispens&aacute;vel, uma boa dose de pedagogia da nossa parte", reconhece Isabel Vital. Casa nova &agrave; vista! O grupo da Locomotiva acredita que a mudan&ccedil;a para novas instala&ccedil;&otilde;es se concretizar&aacute;, de facto, no espa&ccedil;o de dois anos. N&atilde;o s&oacute; porque a empreitada corre dentro dos prazos previstos, mas tamb&eacute;m porque os m&oacute;dulos que agora ocupa est&atilde;o localizados num terreno privado, cedido a termo certo. Relativamente a todas as transforma&ccedil;&otilde;es que envolvem o ACES Serra d'Aire e a presta&ccedil;&atilde;o de cuidados na regi&atilde;o, Isabel Vital garante que a sua equipa nunca adoptar&aacute; uma postura de isolamento face &agrave;s restantes unidades que integram o agrupamento: "estamos interessados na reforma do ACES, enquanto parte integrante deste universo. Somos uma unidade pertencente ao ACES, n&atilde;o vivemos numa ilha isolada! Por isso, se tudo correr bem nas diversas unidades, ser&aacute; melhor para todos...". Mais: a coordenadora garante que a sua unidade rejeita qualquer protagonismo exacerbado, dentro do ACES, devido &agrave; circunst&acirc;ncia de ser a primeira USF no activo: "n&atilde;o nos consideramos o motor da reforma no Entroncamento. Somos apenas mais um parceiro e cada unidade tem um papel importante a desempenhar. Pode-se afirmar que, apesar do nome escolhido, n&atilde;o nos vemos como a m&aacute;quina, mas apenas como mais uma das carruagens da mudan&ccedil;a. A m&aacute;quina &eacute; a reforma dos CSP, em si". Manuel Pizarro fez quest&atilde;o de ir at&eacute; ao Entroncamento assinalar um dia importante para a reformula&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os locais e em que se comemorava, tamb&eacute;m, o nascimento do SNS Apesar do ACES Serra d'Aire n&atilde;o contar com mais nenhuma USF no activo, a Locomotiva soube procurar apoio na vizinhan&ccedil;a. Da&iacute; os contactos mantidos com equipas como a USF S&atilde;o Domingos, localizada em Santar&eacute;m, ou a USF Santa Maria de Tomar. A equipa da Locomotiva pretende, tamb&eacute;m, investir na vertente formativa que tem marcado, muito positivamente, o CS do Entroncamento, que h&aacute; mais de duas d&eacute;cadas prepara novos MF. Assim a partir de Janeiro de 2011, ser&atilde;o quatro os orientadores de forma&ccedil;&atilde;o na Locomotiva, n&uacute;mero que expressa o interesse da USF em lan&ccedil;ar novos quadros qualificados na MGF portuguesa. Tempos de mudan&ccedil;a... e de convic&ccedil;&otilde;es Adelaide Alves Dias coordena a UCSP do Entroncamento e colabora ainda com a UCC local. A UCSP arrancou com quatro cl&iacute;nicos e utiliza dois m&oacute;dulos do antigo CS do Entroncamento. Daqui a algum tempo, este grupo ir&aacute; passar para as novas alas em constru&ccedil;&atilde;o, libertando espa&ccedil;o para que a parte mais velha do edif&iacute;cio seja alvo de obras de renova&ccedil;&atilde;o. Depois, regressar&aacute; ao local de origem. "As mudan&ccedil;as, as separa&ccedil;&otilde;es, implicam sempre muita movimenta&ccedil;&atilde;o e tumulto. Mas quando as coisas acalmam, tudo fica bem. Pessoalmente, estou esperan&ccedil;ada", explicou-nos a m&eacute;dica de fam&iacute;lia, no primeiro dia em que o novo figurino de organiza&ccedil;&atilde;o foi implantado. Para esta m&eacute;dica, a passagem para os modelos UCSP ou USF pouca mudan&ccedil;a trar&aacute;, j&aacute; que, na sua opini&atilde;o, o que conta &eacute; a postura de cada profissional, face &agrave;s responsabilidades assumidas: "sou MF h&aacute; quase 30 anos. Abracei a carreira de Medicina Familiar de alma e cora&ccedil;&atilde;o e fa&ccedil;o hoje aquilo que fazia desde o primeiro dia. Na verdade, n&atilde;o vejo altera&ccedil;&otilde;es de fundo! Sempre vigiei os grupos de risco e cumpri hor&aacute;rios, porque n&atilde;o gosto de hor&aacute;rios virtuais. N&atilde;o sou exemplar e cometo erros, mas penso que fa&ccedil;o hoje na UCSP aquilo que j&aacute; fazia antigamente. Para a minha pr&aacute;tica cl&iacute;nica, o novo modelo nada traz de novo. Parece que agora surgem alguns objectivos espec&iacute;ficos, mas eu sempre os tive comigo. N&atilde;o tenho interesse em cumprir objectivos para ganhar mais dinheiro, basta-me a satisfa&ccedil;&atilde;o pessoal". Assim, a coordenadora da UCSP diz que nada tinha contra a forma de organiza&ccedil;&atilde;o dos CS tradicionais, "desde que as pessoas fossem chamadas a cumprir". J&aacute; em rela&ccedil;&atilde;o ao in&iacute;cio de actividade da UCC, Adelaide Dias mostra-se satisfeita pelo facto do projecto ter avan&ccedil;ado: "enquadra-se perfeitamente no conceito da Medicina Familiar e ser&aacute; uma mais-valia para o concelho". A mesma respons&aacute;vel recorda que a antiga estrutura do CS do Entroncamento sempre foi muito activa e que muitos dos projectos - dinamizados daqui em diante pela UCC - t&ecirc;m a sua g&eacute;nese num trabalho de qualidade, efectuado, no passado, em meio comunit&aacute;rio. "O mais importante &eacute; que todos os profissionais da UCC (enfermeiros em particular) apresentam um fant&aacute;stico sentido e esp&iacute;rito de servi&ccedil;o. Muitas vezes, podemos ter um castelo muito bonito, mas se n&atilde;o nos dermos bem e se n&atilde;o percebermos porque estamos em determinado local e para qu&ecirc;, o castelo para nada servir&aacute;. O espa&ccedil;o f&iacute;sico &eacute; importante, mas o espa&ccedil;o humano &eacute; ainda mais importante", real&ccedil;a Adelaide Dias. A reforma em marcha, no M&eacute;dio Tejo Pedro Marques, director executivo do ACES Serra d'Aire, salienta que, com a abertura da USF Locomotiva e demais reorganiza&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os, se torna poss&iacute;vel atribuir "MF a 100% da popula&ccedil;&atilde;o do Entroncamento. Fica resolvida uma grave car&ecirc;ncia". Por outro lado, o dirigente salienta que quando estiverem conclu&iacute;das as obras no edif&iacute;cio do CS, "ficar&aacute; duplicada a &aacute;rea dispon&iacute;vel para os servi&ccedil;os". Completa a reformula&ccedil;&atilde;o do antigo CS do Entroncamento (gra&ccedil;as &agrave; entrada em funcionamento da USF, UCC, UCSP e Unidade de Sa&uacute;de P&uacute;blica), Pedro Marques considera que um passo decisivo foi dado no interior do ACES Serra d'Aire: "do ponto de vista da reforma, o Entroncamento marca o primeiro dos antigos CS da regi&atilde;o completamente reconfigurado e pronto para servir a comunidade". Ao nosso jornal, Pedro Marques sublinhou que h&aacute; ainda muito trabalho para cumprir e que ningu&eacute;m descansar&aacute; sobre os louros: "a Locomotiva &eacute; a primeira USF do ACES Serra d'Aire, mas n&atilde;o ser&aacute; a &uacute;ltima! Outras se seguir&atilde;o e esta fica como exemplo, para que os profissionais de outros locais sintam o desafio". J&aacute; Manuel Pizarro considerou que as mudan&ccedil;as d&atilde;o mostras claras do que representa, na actualidade, a reforma dos CSP: "quem chega ao Entroncamento e se apercebe que h&aacute; MF para toda a popula&ccedil;&atilde;o, sabe que &eacute; isto a reforma dos CSP. A garantia de atendimento, no pr&oacute;prio dia, aos utentes com situa&ccedil;&otilde;es agudas que exijam resolu&ccedil;&atilde;o imediata - entre as 08h00 e as 20h00 dos dias &uacute;teis - mostra como est&aacute; em marcha uma mudan&ccedil;a radical na nossa cultura de liga&ccedil;&atilde;o com os cidad&atilde;os". Comiss&atilde;o de utentes alerta para desigualdades A Comiss&atilde;o de Utentes da Sa&uacute;de do M&eacute;dio Tejo (CUSMT) receia que a reformula&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os no Entroncamento venha a criar grandes iniquidades no acesso aos cuidados. Num comunicado intitulado N&atilde;o &eacute; justo haver diferen&ccedil;as no acesso aos cuidados de sa&uacute;de, os dirigentes da CUSMT alertam para o facto de a USF Locomotiva s&oacute; entrar nos eixos daqui a dois anos e de, at&eacute; l&aacute;, iniciar actividades em m&oacute;dulos tempor&aacute;rios. "Pena &eacute; que n&atilde;o as inicie em instala&ccedil;&otilde;es definitivas, resultantes da amplia&ccedil;&atilde;o do Centro de Sa&uacute;de, com obras j&aacute; em curso e prometidas h&aacute; v&aacute;rios anos". A CUSMT aplaude "os princ&iacute;pios que presidem &agrave; instala&ccedil;&atilde;o das USF, como o trabalho em equipa, o atendimento de mais utentes, a auto-organiza&ccedil;&atilde;o, a contratualiza&ccedil;&atilde;o de mais servi&ccedil;os (...)". Contudo, avisa que "outra parte da popula&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o abrangida pela USF", poder&aacute; ver "(...) agravadas as actuais dificuldades de acesso criando-se, assim, formas diferenciadas de atendimento aos utentes do concelho do Entroncamento". A CUSMT recorda, ainda, as complexas situa&ccedil;&otilde;es vividas em outras localidades da regi&atilde;o, em particular nas zonas rurais do concelho de Torres Novas, em Pedr&oacute;g&atilde;o e Olaia/Lamarosa, povoados que v&ecirc;em sair m&eacute;dicos para os quadros da USF Locomotiva. Para a CUSMT &eacute;, pois, "urgente que os respons&aacute;veis pelo sector da sa&uacute;de desenvolvam as ac&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias &agrave; coloca&ccedil;&atilde;o de mais m&eacute;dicos para resolver as diversas situa&ccedil;&otilde;es".

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