Jornal Médico - Projecto acabou no final de Outubro

A equipa da USF Gera&ccedil;&otilde;es fez tudo por tudo para assegurar o projecto depois da sa&iacute;da de tr&ecirc;s dos seis m&eacute;dicos que integravam o grupo original... A equipa da USF Gera&ccedil;&otilde;es fez tudo por tudo para assegurar o projecto depois da sa&iacute;da de tr&ecirc;s dos seis m&eacute;dicos que integravam o grupo original. Diversas possibilidades foram equacionadas. Uma &uacute;ltima tentativa, desta feita liderada pelo m&eacute;dico de fam&iacute;lia Ant&oacute;nio Alvim, tamb&eacute;m n&atilde;o conseguiu ir para a frente e, em Outubro passado, a USF deixou de existir... O projecto da USF Gera&ccedil;&otilde;es, que arrancou em Maio de 2009, com seis m&eacute;dicos (incluindo tr&ecirc;s rec&eacute;m-especialistas), seis enfermeiros e cinco administrativos, estava sedeado na antiga extens&atilde;o da Av. Marechal Carmona, do Centro de Sa&uacute;de de Benfica. Na altura, "foi necess&aacute;rio remodelar o espa&ccedil;o do edif&iacute;cio, dotando-o das condi&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas para receber, n&atilde;o s&oacute; a USF Gera&ccedil;&otilde;es, mas tamb&eacute;m a USF Luz", recorda a directora executiva do agrupamento de centros de sa&uacute;de (ACES) Grande Lisboa I, a m&eacute;dica de fam&iacute;lia Manuela Peleteiro. Apesar das instala&ccedil;&otilde;es n&atilde;o serem as melhores, a equipa arrancou, cheia de entusiasmo. No entanto, alguns meses mais tarde, ocorreu um desentendimento entre os rec&eacute;m-especialistas e a coordena&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica e administrativa. Na perspectiva dos jovens m&eacute;dicos, "existiam raz&otilde;es para sa&iacute;rem" e foi essa a decis&atilde;o que tomaram. Como sublinha Manuela Peleteiro, "as USF s&atilde;o um acto volunt&aacute;rio. Quiseram sair, em bloco, e eu n&atilde;o pude deixar de aceitar". Tr&ecirc;s m&eacute;dicos para seis listas Depois da cis&atilde;o, ocorrida em Dezembro de 2009, tornou-se imperativo reorganizar a equipa. Do grupo inicial, saiu mais um m&eacute;dico, mas a sua substitui&ccedil;&atilde;o seria rapidamente assegurada. Eram tr&ecirc;s m&eacute;dicos para seis listas de utentes. Na perspectiva de Manuela Peleteiro, foram uns "her&oacute;is". Recorrendo a horas extraordin&aacute;rias, aguentaram a situa&ccedil;&atilde;o entre Janeiro e Outubro deste ano, ou seja, durante quase nove meses. "Sempre na expectativa de conseguirem integrar outros colegas", explica a respons&aacute;vel do ACES. Durante todo esse tempo, a equipa n&atilde;o desistiu. Entre outras possibilidades, esteve prevista a entrada de dois m&eacute;dicos da ARS Norte mas devido aos numerosos problemas surgidos ao n&iacute;vel da sua mobilidade para a capital, tal acabou por n&atilde;o acontecer. De acordo com Manuela Peleteiro, surgiu entretanto a hip&oacute;tese da entrada de um quarto elemento na equipa m&eacute;dica mas, para isso, era imprescind&iacute;vel solicitar o seu reingresso na Fun&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica, um processo que, a concretizar-se, seria demorado. Equipa acabou "extenuada" Entretanto, foi dada como quase certa a entrada de um grupo de internos que se encontrava a concluir o Internato. A situa&ccedil;&atilde;o parecia estar prestes a resolver-se. Mas o "final feliz" acabou por n&atilde;o acontecer. De acordo com Manuel Peleteiro, o referido grupo de internos estava muito interessado em unir-se ao projecto. No entanto, "a ARS de Lisboa e Vale do Tejo, que noutras situa&ccedil;&otilde;es tinha dado a possibilidade de os colegas se deslocarem para as USF antes do concurso de coloca&ccedil;&atilde;o definitiva, entendeu que estes agora eram t&atilde;o r&aacute;pidos que j&aacute; n&atilde;o se justificava" tal medida. De acordo com informa&ccedil;&otilde;es da ERA, a ARS "estava a considerar acelerar os concursos" mas o que &eacute; um facto &eacute; que a reorganiza&ccedil;&atilde;o da equipa da USF Gera&ccedil;&otilde;es acabou, uma vez mais, por n&atilde;o acontecer. Manuela Peleteiro rejeita a ideia de que o caso da USF Gera&ccedil;&otilde;es seja um exemplo de desinvestimento nas unidades de sa&uacute;de familiar Houve ainda "outros colegas que quiseram integrar a USF, mas n&atilde;o foram aceites porque a equipa considerou que n&atilde;o tinham o perfil indicado", explica Manuela Peleteiro, defendendo que "mais vale n&atilde;o haver USF do que uma unidade onde n&atilde;o se consegue trabalhar em equipa". Todas estas situa&ccedil;&otilde;es se traduziram num enorme desgaste da equipa que, como referimos, se tinha comprometido em assegurar cuidados de sa&uacute;de a seis listas de utentes. Mesmo assim, alguns profissionais n&atilde;o desistiram e houve ainda uma &uacute;ltima tentativa para encontrar uma solu&ccedil;&atilde;o satisfat&oacute;ria Ant&oacute;nio Alvim protagoniza a &uacute;ltima tentativa de recupera&ccedil;&atilde;o do projecto A tentativa foi protagonizada por Ant&oacute;nio Alvim, ex-coordenador da USF Rodrigues Migu&eacute;is, uma das unidades "hist&oacute;ricas", pelo seu percurso de mais de dez anos como RRE e, posteriormente, como USF de Modelo B. De acordo com o m&eacute;dico, "em 9 de Agosto, informei a ERA e a directora executiva do ACES da minha vontade de criar uma nova USF de Modelo B. A ideia era aproveitar a minha experiencia de dez anos como coordenador e p&ocirc;r no terreno uma USF exemplar! A 29 de Agosto recebi um telefonema da Dr&ordf; Manuela Peleteiro a desafiar-me para "pegar" na USF Gera&ccedil;&otilde;es". Ant&oacute;nio Alvim avan&ccedil;ou ent&atilde;o com a cria&ccedil;&atilde;o de um grupo de quatro m&eacute;dicos - um dos quais pertencia &agrave; equipa original da USF Gera&ccedil;&otilde;es -, quatro enfermeiros (tr&ecirc;s dos quais pertenciam &agrave; USF) e tr&ecirc;s administrativos, definindo as condi&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias &agrave; viabilidade do projecto. "Estamos num momento cr&iacute;tico. O Poder tem que decidir se a aposta nas USF merece a pena e que o caminho &eacute; por a&iacute;, mesmo com a crise, ou ent&atilde;o assumir que n&atilde;o existem condi&ccedil;&otilde;es para mais USF e que o futuro s&atilde;o as UCSP", defende Ant&oacute;nio Alvim Entre essas condi&ccedil;&otilde;es, o m&eacute;dico de fam&iacute;lia sublinhava a garantia da passagem r&aacute;pida da USF a Modelo B se o grupo cumprisse com o exigente compromisso apresentado &agrave; administra&ccedil;&atilde;o. At&eacute; l&aacute;, era necess&aacute;rio encontrar uma forma de a ARS garantir o seu vencimento actual em Modelo B, uma vez que "sendo respons&aacute;vel por uma lista grande e idosa, com mais 4 UCs do que as nove que s&atilde;o pagas, n&atilde;o poderia ficar simplesmente com o vencimento das 35 horas". ARS decidiu "n&atilde;o abrir excep&ccedil;&otilde;es" A ARS considerou, no entanto, que n&atilde;o se podiam "abrir excep&ccedil;&otilde;es" e que a equipa s&oacute; poderia passar para Modelo B se, depois da sua avalia&ccedil;&atilde;o ao fim de seis meses em modelo A, demonstrasse ser uma equipa coesa e que cumpria os indicadores. De nada valeu, portanto, a experi&ecirc;ncia de dez anos de Ant&oacute;nio Alvim como coordenador da USF Rodrigues Migu&eacute;is (uma unidade que, apesar das p&eacute;ssimas instala&ccedil;&otilde;es em que se encontra ainda instalada, se distingue pelo alto grau de satisfa&ccedil;&atilde;o dos utentes, patenteado nos v&aacute;rios inqu&eacute;ritos de satisfa&ccedil;&atilde;o realizados, quer pela MCSP, quer pela ARSLVT e pelo centro de sa&uacute;de), a excel&ecirc;ncia da equipa que estava a ser constru&iacute;da, a exig&ecirc;ncia do compromisso base que enformava o projecto, ou o esfor&ccedil;o do m&eacute;dico de fam&iacute;lia Paulo Goucha em manter a USF Gera&ccedil;&otilde;es aberta conseguindo, com os outros dois m&eacute;dicos, garantir o atendimento de seis listas de utentes. "A sensa&ccedil;&atilde;o com que fic&aacute;mos &eacute; que a atribui&ccedil;&atilde;o do Modelo B est&aacute; congelada, embora isso n&atilde;o seja publicamente assumido", diz Ant&oacute;nio Alvim. Essa sensa&ccedil;&atilde;o &eacute; refor&ccedil;ada pelo "chumbo" das v&aacute;rias candidaturas de USF a Modelo B na ARSLVT. "Se j&aacute; est&aacute;vamos pessimistas em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; vontade de haver mais Modelos B, refor&ccedil;ada pela falta de envolvimento da ERA em encontrar solu&ccedil;&otilde;es, o despacho dos Ministro das Finan&ccedil;as dizendo que ningu&eacute;m poderia ir ganhar mais, foi a gota de &aacute;gua". Governo tem que decidir se quer USF ou UCSP... Assim, a 30 de Setembro, Ant&oacute;nio Alvim informou a directora executiva do ACES que n&atilde;o tinha sido poss&iacute;vel reunir as condi&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias para levar o projecto a bom porto. "Pela minha parte, o projecto Gera&ccedil;&otilde;es est&aacute; encerrado, mas hoje mesmo estou disposto a recome&ccedil;ar", diz o m&eacute;dico, embora deixando claro que, para isso, "n&atilde;o bastam palavras simp&aacute;ticas de apoio, &eacute; preciso que sejam disponibilizadas as condi&ccedil;&otilde;es necess&aacute;rias para p&ocirc;r de p&eacute; um projecto: instala&ccedil;&otilde;es, mobilidades... exig&ecirc;ncia mas tamb&eacute;m confian&ccedil;a...". Na opini&atilde;o de Ant&oacute;nio Alvim, "estamos num momento cr&iacute;tico. O Poder tem que decidir se a aposta nas USF merece a pena e que o caminho &eacute; por a&iacute;, mesmo com a crise, ou ent&atilde;o assumir que n&atilde;o existem condi&ccedil;&otilde;es para mais USF e que o futuro s&atilde;o as UCSP". Manuela Peleteiro, por seu turno, rejeita a ideia de que o caso da USF Gera&ccedil;&otilde;es seja um exemplo de desinvestimento nas unidades de sa&uacute;de familiar. "&Eacute; bom perceber que estas situa&ccedil;&otilde;es podem ser din&acirc;micas, ter flutua&ccedil;&otilde;es e avan&ccedil;ar noutra altura". Neste momento, a solu&ccedil;&atilde;o UCSP (actualmente, com quatro m&eacute;dicos), parece ser a melhor, "at&eacute; para acalmar as expectativas. Est&aacute;vamos muito focados em que a situa&ccedil;&atilde;o tinha que ser resolvida de qualquer maneira e essa n&atilde;o &eacute; a abordagem mais correcta de uma situa&ccedil;&atilde;o complexa".

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