Jornal Médico - UCC apoiam população até aos sábados e domingos

O ACES Grande Lisboa XI acaba de inaugurar duas unidades de cuidados na comunidade... O ACES Grande Lisboa XI acaba de inaugurar duas unidades de cuidados na comunidade (UCC) que visam dar resposta aos utentes mais dependentes e vulner&aacute;veis dos concelhos da Parede e de Cascais. No total, as UCC Cascais Quer e Girassol abrangem uma popula&ccedil;&atilde;o-alvo superior a 220 mil pessoas. As duas equipas trabalham todos os dias da semana, incluindo s&aacute;bados, domingos e feriados A cria&ccedil;&atilde;o das novas UCC, teve como objectivo "prestar cuidados de sa&uacute;de na comunidade a uma popula&ccedil;&atilde;o mais desprotegida, incluindo os utentes sem m&eacute;dico de fam&iacute;lia, de bairros com caracter&iacute;sticas especiais, com problemas de integra&ccedil;&atilde;o social, numa &aacute;rea muito vasta de ac&ccedil;&atilde;o", explicou a directora executiva do ACES, Helena Costa. A equipa da UCC Girassol, sedeada no edif&iacute;cio da Parede, &eacute; constitu&iacute;da por 13 profissionais: enfermeiros, m&eacute;dicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psic&oacute;logos e um administrativo. De acordo com a coordenadora da unidade, a enfermeira F&aacute;tima Silva, todos os elementos do grupo j&aacute; pertenciam &agrave;quele centro de sa&uacute;de. "Algumas enfermeiras estavam mais vocacionadas para a visita domicili&aacute;ria e o acompanhamento do utente, enquanto outras estavam j&aacute; muito direccionadas para a comunidade, tendo estabelecido uma boa rela&ccedil;&atilde;o com as juntas de freguesia, a C&acirc;mara Municipal, etc.. Aquilo que fizemos foi conjugar todos os factores e valores de cada elemento da equipa, unindo-os em torno de um projecto comum", explicou ao nosso jornal aquela respons&aacute;vel. UCC Girassol abrange uma popula&ccedil;&atilde;o-alvo de 100 mil pessoas A UCC Girassol abrange as Juntas de Freguesia de Carcavelos, Parede e S&atilde;o Domingos de Rana. S&atilde;o cerca de 100 mil utentes inscritos no centro de sa&uacute;de. "Damos resposta a todos os utentes acamados, independentemente de terem m&eacute;dico de fam&iacute;lia atribu&iacute;do ou n&atilde;o", esclarece a enfermeira. Entre outras &aacute;reas de interven&ccedil;&atilde;o, a UCC "faz a integra&ccedil;&atilde;o do doente assim que recebe a alta do hospital. S&atilde;o, maioritariamente, doentes acamados ou sem possibilidade de realizar as actividades di&aacute;rias". Em m&eacute;dia, a equipa realiza dois cursos anuais direccionados aos cuidadores informais, normalmente familiares. Outro dos projectos da UCC diz respeito &agrave; constitui&ccedil;&atilde;o de um grupo de voluntariado para dar apoio, quer aos cuidadores informais - alguns j&aacute; com idade avan&ccedil;ada - quer para fazer companhia aos doentes. "H&aacute; pessoas acamadas h&aacute; 10, 15 anos e que apenas recebem a visita, espor&aacute;dica, de alguns amigos. O nosso objectivo &eacute; procurar criar um grupo de volunt&aacute;rios que possam estar com eles, ler-lhes um livro, mostrar-lhes uma m&uacute;sica diferente...Mas todas estas pessoas t&ecirc;m que estar preparadas para o feito, pois as condi&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas das pessoas acamadas nem sempre s&atilde;o f&aacute;ceis". A Sa&uacute;de Escolar &eacute; outra vertente importante da actividade do grupo, que abrange cinco agrupamentos de escolas, num total de cerca de oito mil alunos. Ainda nesta &aacute;rea, a equipa est&aacute; a desenvolver um projecto de forma&ccedil;&atilde;o dirigido aos cuidadores informais - fam&iacute;lia, vizinhos - que tomam conta das crian&ccedil;as quando os pais v&atilde;o trabalhar. O programa inclui desde a promo&ccedil;&atilde;o da sa&uacute;de a informa&ccedil;&otilde;es pr&aacute;ticas sobre os cuidados espec&iacute;ficos dos beb&eacute;s e crian&ccedil;as de tenra idade. A coordenadora da UCC Girassol, F&aacute;tima Silva, explica os objectivos da equipa ao secret&aacute;rio de Estado A equipa tamb&eacute;m d&aacute; apoio &agrave; "Casa das M&atilde;es", do estabelecimento prisional de Tires. Nesta institui&ccedil;&atilde;o, com capacidade para 27 mulheres com filhos, as celas, individuais, s&atilde;o mais humanizadas. A equipa da UCC presta os cuidados necess&aacute;rios a essas crian&ccedil;as - realizando, desde o teste do pezinho &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o. A sa&uacute;de reprodutiva &eacute; mais uma das &aacute;reas de interven&ccedil;&atilde;o da equipa. Inclui, desde a prepara&ccedil;&atilde;o para o parto, &agrave; massagem do beb&eacute;, a recupera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-parto e o apoio &agrave; amamenta&ccedil;&atilde;o das gr&aacute;vidas das tr&ecirc;s freguesias abrangidas. Projectos para o futuro No futuro, os profissionais da nova UCC pretendem avan&ccedil;ar com cursos de planeamento familiar atrav&eacute;s da utiliza&ccedil;&atilde;o de m&eacute;todos naturais - dando &agrave;s mulheres a possibilidade de escolher o m&eacute;todo mais adequado para a fam&iacute;lia - , assim como aconselhamento e consultadoria de lacta&ccedil;&atilde;o. Esta actividade ser&aacute; realizada pela enfermeira Adelaide &Oacute;rf&atilde;o, credenciada pela Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de. UCC Cascais abrange popula&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s freguesias A equipa da UCC Cascais Quer &eacute; constitu&iacute;da por 13 enfermeiras, uma administrativa, um m&eacute;dico, um assistente social, fisioterapeutas e ainda por uma terapeuta ocupacional. A coordenadora do grupo, Teresa Avilez, explicou ao nosso jornal que o Centro de Sa&uacute;de de Cascais j&aacute; possu&iacute;a v&aacute;rios projectos na comunidade. Com o advento da reforma dos centros de sa&uacute;de, "come&ccedil;&aacute;mos a juntar as pessoas que gostavam mais deste tipo de trabalho comunit&aacute;rio e form&aacute;mos a equipa". Localizada no novo edif&iacute;cio de Alcabideche - que alberga, ainda, a USF Alcais e a UCSP Alcabideche -, os profissionais d&atilde;o apoio &agrave;s freguesias de Alcabideche, Estoril e Cascais. Para al&eacute;m da visita domicili&aacute;ria a todas as pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de depend&ecirc;ncia, entre as diversas &aacute;reas de trabalho da UCC, destacam-se a visita&ccedil;&atilde;o domicili&aacute;ria &agrave;s fam&iacute;lias vulner&aacute;veis com rec&eacute;m-nascidos e ainda o curso de prepara&ccedil;&atilde;o para a maternidade e de recupera&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-parto, no gin&aacute;sio do edif&iacute;cio de Alcabideche. A interven&ccedil;&atilde;o precoce nas crian&ccedil;as de risco ou atraso de desenvolvimento, entre os 0 e os 6 anos de idade - com recurso a uma equipa multidisciplinar que integra elementos do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, da Educa&ccedil;&atilde;o e da Seguran&ccedil;a Social - a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e o Espa&ccedil;o S - atendimento aos jovens at&eacute; aos 24 anos, no &acirc;mbito da sexualidade e planeamento familiar - s&atilde;o outros tantos projectos emblem&aacute;ticos da equipa. Ao n&iacute;vel da Sa&uacute;de Escolar, a UCC presta apoio a 45 escolas, espalhadas pelas tr&ecirc;s freguesias. Nesta &aacute;rea, destaca-se o projecto Cascais Saud&aacute;vel (alimenta&ccedil;&atilde;o, exerc&iacute;cio f&iacute;sico e h&aacute;bitos de sa&uacute;de) dirigido &agrave;s crian&ccedil;as do primeiro ciclo. Os bairros de Adroana, Cruz Vermelha e Bairro do Pinhal Novo, est&atilde;o a ser objecto da interven&ccedil;&atilde;o comunit&aacute;ria da equipa. O objectivo &eacute; "promover a inclus&atilde;o social e a melhoria das condi&ccedil;&otilde;es de sa&uacute;de da popula&ccedil;&atilde;o". Para a realiza&ccedil;&atilde;o destes projectos, a coordenadora destaca o trabalho de parceria que est&aacute; a ser realizado no sentido de envolver todas as institui&ccedil;&otilde;es da comunidade, incluindo a Santa Casa da Miseric&oacute;rdia. UCSP apoiam grupos vulner&aacute;veis sem m&eacute;dico atribu&iacute;do No ACES Paredes/Cascais, com cerca de 220 mil pessoas inscritas, aproximadamente 60 mil n&atilde;o t&ecirc;m m&eacute;dico de fam&iacute;lia atribu&iacute;do. "As pessoas n&atilde;o est&atilde;o desprotegidas", garante a directora executiva, Helena Costa. "Mas &eacute; a resposta poss&iacute;vel com os recursos que possu&iacute;mos". A respons&aacute;vel do ACES comprometeu-se a dar &agrave;s unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados (UCSP) as mesmas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho das unidades de sa&uacute;de familiar, uma vez que est&atilde;o a ser contratualizados indicadores de qualidade com ambos os modelos de organiza&ccedil;&atilde;o. Para tal, "tive que encontrar uma solu&ccedil;&atilde;o para a assist&ecirc;ncia da popula&ccedil;&atilde;o sem m&eacute;dico". O recurso a uma empresa de servi&ccedil;os foi a op&ccedil;&atilde;o. Por raz&otilde;es econ&oacute;micas e de gest&atilde;o de recursos, estes grupos de trabalho ficaram sediados nos edif&iacute;cios da Parede e em Alcabideche. Esta concentra&ccedil;&atilde;o "incomoda as pessoas que pretendem ter uma resposta em cada local, op&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o &eacute; economicamente vi&aacute;vel. Estamos numa &eacute;poca de conten&ccedil;&atilde;o e precisamos de gerir os recursos da melhor maneira". Ao n&iacute;vel dos utentes sem m&eacute;dico, o atendimento dos grupos vulner&aacute;veis - incluindo as crian&ccedil;as e as gr&aacute;vidas - &eacute; realizado pelos profissionais das UCSP, em regime de intersubstitui&ccedil;&atilde;o. Manuel Pizarro garante abertura de 25 USF at&eacute; ao final do ano &Agrave; margem da inaugura&ccedil;&atilde;o das UCC Girassol e Cascais Quer, o secret&aacute;rio de Estado da Sa&uacute;de, Manuel Pizarro, visitou as futuras instala&ccedil;&otilde;es da USF Kosmos (tamb&eacute;m localizadas no edif&iacute;cio da Parede), garantindo ao nosso jornal que a abertura da unidade, que tem passado por constrangimentos v&aacute;rios, ir&aacute; ocorrer at&eacute; ao final do ano. Relativamente ao cumprimento das metas anunciadas em Setembro pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, que apontavam a abertura de uma m&eacute;dia de oito unidades de sa&uacute;de familiar por m&ecirc;s, Manuel Pizarro assinala que estas "v&atilde;o ser cumpridas", embora com um calend&aacute;rio diferente. &Agrave; semelhan&ccedil;a do que aconteceu em anos anteriores, "vai haver uma grande concentra&ccedil;&atilde;o de aberturas em Dezembro". De acordo com o governante, "o entusiasmo dos profissionais mant&eacute;m-se desde o primeiro dia". H&aacute; muitas candidaturas e muitos grupos dispostos a avan&ccedil;ar, afirma. Quanto &agrave;s dificuldades, variam consoante a regi&atilde;o do pa&iacute;s. Na ARSLVT, o maior constrangimento "s&atilde;o os recursos humanos m&eacute;dicos". A regi&atilde;o "atrasou-se, nos primeiros anos da reforma, na promo&ccedil;&atilde;o da entrada de internos para a Medicina Geral e Familiar e est&aacute;, hoje, a sofrer uma grande dificuldade de mobilidade dos m&eacute;dicos devido a essas car&ecirc;ncias". Ali&aacute;s, "o que tem atrasado a entrada em funcionamento da USF Kosmos &eacute; que duas das m&eacute;dicas que t&ecirc;m que ser mobilizadas, v&ecirc;m de Algueir&atilde;o-Rio de Mouro, uma das zonas piores" a n&iacute;vel de recursos humanos. "Temos que encontrar solu&ccedil;&otilde;es para que a reforma signifique uma grande melhoria para aqueles que s&atilde;o integrados nas USF e, por outro lado, que n&atilde;o signifique um agravamento das condi&ccedil;&otilde;es daqueles que est&atilde;o fora destas novas unidades". Na Regi&atilde;o Centro, "tem havido alguns problemas com obras que est&atilde;o agora a avan&ccedil;ar". J&aacute; a ARS Norte, "continua a liderar a reforma". Ali&aacute;s, "das 25 USF que v&atilde;o abrir at&eacute; ao final do ano, 16 ou 17 s&atilde;o do Norte". "Vamos ter um pouco mais de 280 USF em funcionamento no final de 2010", estima o governante. Para al&eacute;m disso, Manuel Pizarro sublinha que existem entre 70 a 80 candidaturas activas e "jovens m&eacute;dicos entusiasmados para criar novas unidades". Isso significa que a "reforma vai continuar a um ritmo aceit&aacute;vel". Crise &eacute; motivo para acelerar a reforma Relativamente &agrave; amea&ccedil;a de uma invers&atilde;o do esp&iacute;rito da reforma e aos entraves que come&ccedil;am a surgir nos n&iacute;veis interm&eacute;dios da administra&ccedil;&atilde;o, o secret&aacute;rio de Estado da Sa&uacute;de afirma que "a vontade pol&iacute;tica, em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; reforma dos cuidados de sa&uacute;de prim&aacute;rios, mant&eacute;m-se inquebrant&aacute;vel. &Eacute; a prioridade da ac&ccedil;&atilde;o do Governo no dom&iacute;nio da Sa&uacute;de. Porventura, haver&aacute; algumas ocasi&otilde;es em que as resist&ecirc;ncias se exprimir&atilde;o de forma mais ruidosa, mas c&aacute; estaremos para ouvir as queixas das pessoas, as reclama&ccedil;&otilde;es e garantir que a reforma continua a avan&ccedil;ar". Relativamente ao actual momento de crise e &agrave;s restri&ccedil;&otilde;es or&ccedil;amentais previstas para a Sa&uacute;de, o governante sublinha: "os dados que possu&iacute;mos relativamente &agrave; avalia&ccedil;&atilde;o da contratualiza&ccedil;&atilde;o em 2009 revelam, de forma inequ&iacute;voca, que as USF n&atilde;o s&oacute; melhoram o acesso dos cidad&atilde;os como a qualidade dos cuidados, tornando-os mais eficientes. Isso n&atilde;o significa que n&atilde;o haja unidades de cuidados de sa&uacute;de personalizados (UCSP) que t&ecirc;m indicadores de acesso, de qualidade e de efici&ecirc;ncia melhores do que algumas USF. No entanto, em m&eacute;dia, o sistema das USF garante maior efici&ecirc;ncia da presta&ccedil;&atilde;o de cuidados. Eu diria que, desse ponto de vista, a crise &eacute; um motivo para acelerar a reforma e n&atilde;o para a parar". Concurso de 2011 permitir&aacute; a mobilidade inter-regional Relativamente &agrave; quest&atilde;o do estatuto remunerat&oacute;rio dos rec&eacute;m-especialistas, o governante assinala: "conseguimos chegar a acordo com os sindicatos para o estatuto da carreira m&eacute;dica, em 2009, mas ficou de fora o assunto da tabela remunerat&oacute;ria. Reconhecemos que aquela que &eacute; oferecida aos jovens especialistas de MGF n&atilde;o &eacute; a adequada. O Governo est&aacute; a procurar, em di&aacute;logo com os parceiros sociais, uma solu&ccedil;&atilde;o que permita tratar os jovens m&eacute;dicos de fam&iacute;lia de forma condigna e adequada, mesmo enquanto n&atilde;o houver tabela remunerat&oacute;ria". Relativamente &agrave; mobilidade inter-regional, Manuel Pizarro assinala que esta foi a solu&ccedil;&atilde;o encontrada para acelerar a rapidez dos concursos de coloca&ccedil;&atilde;o, mas "temos o compromisso de que, em 2011, lan&ccedil;aremos um concurso que permitir&aacute; a mobilidade inter-regional".

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