Jornal Médico - ARSLVT estuda concentração de serviços

Na regi&atilde;o de Lisboa e Vale do Tejo, a falta de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia e a necessidade de racionaliza&ccedil;&atilde;o de recursos poder&aacute; conduzir &agrave; concentra&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os e ao encerramento de extens&otilde;es de sa&uacute;de com menos de 1.500 utentes A falta de m&eacute;dicos de fam&iacute;lia e a necessidade de racionaliza&ccedil;&atilde;o de recursos poder&aacute; conduzir &agrave; concentra&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os e ao encerramento de extens&otilde;es de sa&uacute;de com menos de 1.500 utentes. Nada est&aacute; ainda decidido, afirma o vice-presidente da ARSLVT, Lu&iacute;s Afonso. Mas o que se pretende &eacute; que os contactos com as autarquias, at&eacute; agora informais, possam conduzir &agrave; formaliza&ccedil;&atilde;o de protocolos e parcerias que garantam o transporte dos utentes. No ACES M&eacute;dio-Tejo Z&ecirc;zere, onde a situa&ccedil;&atilde;o amea&ccedil;a tornar-se insustent&aacute;vel, o conselho da comunidade est&aacute; disposto a colaborar, mas alerta para a possibilidade desta medida agravar ainda mais as dificuldades da popula&ccedil;&atilde;o... Particularmente da mais idosa A Administra&ccedil;&atilde;o Regional de Sa&uacute;de de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) est&aacute; a estudar a reorganiza&ccedil;&atilde;o/concentra&ccedil;&atilde;o de extens&otilde;es com menos de 1.500 utentes. Ao nosso jornal, Lu&iacute;s Afonso, vice-presidente da ARSLVT, confirma que os planos de reorganiza&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os, pedidos os respons&aacute;veis dos 22 agrupamentos da regi&atilde;o, est&atilde;o actualmente a ser analisados pelas autarquias e pelos conselhos da comunidade. At&eacute; ao momento, nenhuma decis&atilde;o foi tomada mas "n&atilde;o h&aacute; qualquer d&uacute;vida" de que a concentra&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os e de unidades &eacute; mesmo necess&aacute;ria. O vice-presidente da ARSLVT garante que ainda n&atilde;o est&aacute; nada decidido mas a concentra&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os &eacute; uma necessidade. De acordo com aquele respons&aacute;vel "j&aacute; falamos - por enquanto, de maneira informal - com alguns presidentes das c&acirc;maras municipais, para ajustarmos poss&iacute;veis transportes entre as unidades". O objectivo &eacute; "concentrar v&aacute;rios servi&ccedil;os, em fun&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de utentes que servem, numa unidade mais central". Em causa est&atilde;o as dificuldades registadas ao n&iacute;vel de recursos humanos. Com a concentra&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os, Lu&iacute;s Afonso garante que &eacute; poss&iacute;vel "manter a qualidade da presta&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o prejudicando, de forma alguma, os nossos utentes". O envolvimento das c&acirc;maras municipais poder&aacute; traduzir-se na realiza&ccedil;&atilde;o de"protocolos ou documentos de entendimento" no sentido de estabelecer parcerias que garantam o transporte dos utentes para unidades mais centrais e com mais recursos. Conselho da comunidade do ACES Z&ecirc;zere fala no poss&iacute;vel encerramento de 45 unidades De acordo com a acta da &uacute;ltima reuni&atilde;o do conselho da comunidade do ACES M&eacute;dio Tejo - Z&eacute;zere, a presidente do conselho, Maria do C&eacute;u Albuquerque (que &eacute; tamb&eacute;m Presidente da C&acirc;mara Municipal de Abrantes), "deu conta da reuni&atilde;o ocorrida com o director executivo do ACES Z&ecirc;zere onde foi informada da proposta da ARS acerca do encerramento dos centros de sa&uacute;de/extens&otilde;es com menos de 1.500 utentes, que no caso do ACES Z&ecirc;zere representaria o encerramento de 45 unidades de sa&uacute;de" Nesse sentido, "a ARS solicitou ao director executivo que elaborasse parecer sobre o assunto, tendo este elaborado uma proposta no sentido de n&atilde;o serem encerradas todas as unidades, sugerindo antes o agrupamento de algumas extens&otilde;es para melhor responder &agrave;s actuais necessidades". O objectivo seria "garantir a equidade na distribui&ccedil;&atilde;o territorial das extens&otilde;es que ficariam a funcionar". Sem m&eacute;dicos, qualquer discuss&atilde;o &eacute; ef&eacute;mera... Para Fernando Siborro, o facto de n&atilde;o haver m&eacute;dicos, "torna a discuss&atilde;o um pouco ef&eacute;mera", afirma. Na Zona de Abrantes, com 21 extens&otilde;es, dez j&aacute; est&atilde;o fechadas. Duas, definitivamente. Ao nosso jornal, Fernando Siborro, presidente do ACES M&eacute;dio Tejo - Z&ecirc;zere, confirma que neste agrupamento as dificuldades e o d&eacute;fice de recursos humanos j&aacute; conduziram ao encerramento de v&aacute;rias unidades. "N&atilde;o temos m&eacute;dicos suficientes", explica. "A ARS sugeriu que todas as unidades com menos de 1.500 utentes fossem encerradas mas a nossa proposta, em fun&ccedil;&atilde;o da situa&ccedil;&atilde;o geogr&aacute;fica dos servi&ccedil;os e da acessibilidade, &eacute; n&atilde;o encerrar todas, apenas algumas". Tal como Lu&iacute;s Afonso, Fernando Siborro assegura que ainda n&atilde;o foram tomadas decis&otilde;es definitivas. Alias, o facto de n&atilde;o haver m&eacute;dicos, "torna a discuss&atilde;o um pouco ef&eacute;mera", afirma. Na Zona de Abrantes, com 21 extens&otilde;es, dez j&aacute; est&atilde;o fechadas. Duas, definitivamente. Situa&ccedil;&atilde;o &eacute; "insustent&aacute;vel" afirma autarca de Abrantes "Nalguns munic&iacute;pios conseguimos alguma estabilidade. Noutros, os problemas s&atilde;o imensos", aponta Maria do C&eacute;u Albuquerque. &Eacute; o caso, por exemplo, do concelho do Sardoal, sem m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, e de Abrantes onde, como referiu Fernando Siborro, a falta de m&eacute;dicos j&aacute; conduziu ao encerramento de uma dezena de extens&otilde;es. "Sabemos que existe a inten&ccedil;&atilde;o da ARS de Lisboa e Vale do Tejo de encerrar extens&otilde;es com menos de 1.500 utentes. A falta de m&eacute;dicos torna esta situa&ccedil;&atilde;o muito penosa. N&atilde;o podemos deixar de nos preocupar porque, nomeadamente, no concelho de Abrantes, com 700 Km2 e 19 freguesias dispersas numa &aacute;rea imensa, temos dificuldades acrescidas para prestar CSP &agrave; nossa popula&ccedil;&atilde;o. Quatro freguesias do concelho de Abrantes est&atilde;o localizadas na zona urbana mas a maioria s&atilde;o rurais, com uma popula&ccedil;&atilde;o muito envelhecida, que tem uma dificuldade enorme em fazer 20 ou 30 Km para ir ao m&eacute;dico". A situa&ccedil;&atilde;o, em Abrantes, " &eacute; insustent&aacute;vel", afirma. Nomeadamente, "porque a consulta de recurso faz-se na sede do concelho e as filas de espera s&atilde;o imensas". Conselho da comunidade alerta as dificuldades das popula&ccedil;&otilde;es Face &agrave;s dificuldades sentidas e &agrave; perspectiva de novas rupturas na sequ&ecirc;ncia da aposenta&ccedil;&atilde;o de mais m&eacute;dicos de fam&iacute;lia, o conselho da comunidade solicitou ao director executivo do ACES e tamb&eacute;m &agrave; ARSLVT o ponto da situa&ccedil;&atilde;o para, a partir da&iacute;, perceber qual a estrat&eacute;gia de encerramento e de agrupamento das extens&otilde;es, assim como as possibilidades de "capacitar a unidade de acolhimento com mais profissionais de sa&uacute;de". De acordo com Maria do C&eacute;u Albuquerque, o conselho da comunidade est&aacute; disposto "a facilitar transporte e alojamento a m&eacute;dicos - nomeadamente, estrangeiros - e, atrav&eacute;s de fundos comunit&aacute;rios, candidatarmo-nos, com a ARS, &agrave; aquisi&ccedil;&atilde;o de unidades m&oacute;veis de sa&uacute;de. Se tivermos enfermeiros, estes poder&atilde;o fazer um bom trabalho, em complementaridade com aquele que &eacute; efectuado nos centros de sa&uacute;de pelos m&eacute;dicos". Na mesma linha, o conselho da comunidade diz-se dispon&iacute;vel para, com as juntas de freguesia, a direc&ccedil;&atilde;o executiva dos ACES e a ARS, encontrar "formas de promover o transporte dos utentes at&eacute; ao centro de sa&uacute;de". O objectivo &eacute; "criar uma plataforma de entendimento entre as v&aacute;rias partes, de maneira a que a nossa comunidade n&atilde;o seja prejudicada e que possamos garantir a qualidade dos servi&ccedil;os. Estamos perante popula&ccedil;&otilde;es muito envelhecidas que residem em localidades onde n&atilde;o existem transportes p&uacute;blicos que as levem at&eacute; &agrave; sede do concelho. Se esta situa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o for acautelada, as consequ&ecirc;ncias poder&atilde;o ser grav&iacute;ssimas", alerta a autarca. Refor&ccedil;o de m&eacute;dicos colombianos chega em Janeiro Na primeira quinzena de Janeiro, a ARSLVT vai receber entre 35 a 40 m&eacute;dicos colombianos. "Todas as ajudas s&atilde;o bem-vindas", afirma Lu&iacute;s Afonso... E a possibilidade de alguns m&eacute;dicos de fam&iacute;lia que pediram a aposenta&ccedil;&atilde;o continuarem no SNS e a chegada de rec&eacute;m-especialistas no pr&oacute;ximo ano, constitui um bal&atilde;o de oxig&eacute;nio para uma situa&ccedil;&atilde;o que, nalguns ACES, amea&ccedil;a ser explosiva.

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