Jornal Médico - Governo paga salários a médicos da Costa Rica que não dão consulta

O Governo est&aacute; a pagar sal&aacute;rios a nove cl&iacute;nicos gerais da Costa Rica que deveriam estar a trabalhar nos centros de sa&uacute;de de Torres Novas, Entroncamento e Almeirim, mas que permanecem inactivos devido a problemas burocr&aacute;ticos. S&oacute; em sal&aacute;rios, j&aacute; foram gastos mais de 100 mil euros Texto integral s&oacute; dispon&iacute;vel na edi&ccedil;&atilde;o impressa O Governo est&aacute; a pagar sal&aacute;rios a nove cl&iacute;nicos gerais da Costa Rica que deveriam estar a trabalhar nos centros de sa&uacute;de de Torres Novas, Entroncamento e Almeirim, mas que permanecem inactivos devido a problemas burocr&aacute;ticos. Chegaram aos centros de sa&uacute;de no final do m&ecirc;s de Maio passado. Quatro meses depois, o imbr&oacute;glio mant&eacute;m-se. Sem fazerem nada, os nove m&eacute;dicos j&aacute; custaram ao er&aacute;rio p&uacute;blico mais de 100 mil euros, somente em sal&aacute;rios Carlos Martinez, um dos cinco m&eacute;dicos contratados para o Agrupamento de Centros de Sa&uacute;de M&eacute;dio Tejo - Serra D&acute;Aire, graduou-se h&aacute; cinco anos na Faculdade de Medicina da Universidade de Costa Rica. A partir da&iacute;, trabalhou na CCSS (Caja Costarricense de Seguro Social), nomeadamente na Cl&iacute;nica de Dor. A oportunidade de trabalhar em Portugal surgiu h&aacute; aproximadamente um ano. "O meu objectivo &eacute; ampliar os conhecimentos m&eacute;dicos, ver outro tipo de doentes e conhecer outro sistema", afirma. "Acreditei que era poss&iacute;vel. Estudei portugu&ecirc;s, passei em todos os exames e recebi a homologa&ccedil;&atilde;o do t&iacute;tulo", por parte da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Tudo correu bem at&eacute; ao momento em que solicitou a inscri&ccedil;&atilde;o na Sec&ccedil;&atilde;o Regional do Norte da Ordem dos M&eacute;dicos. &Agrave; semelhan&ccedil;a dos outros cl&iacute;nicos gerais costa-riquenhos, falta-lhe o "certificado de reciprocidade" entre pa&iacute;ses, sem o qual n&atilde;o pode terminar o processo. "Fic&aacute;mos surpreendidos quando soubemos que faltava esse documento", diz o m&eacute;dico, estranhando o facto de o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de portugu&ecirc;s n&atilde;o o ter exigido antes de fazer tudo o resto. "Agora, com toda a burocracia que existe no nosso pa&iacute;s, n&atilde;o &eacute; t&atilde;o f&aacute;cil...". Na sua opini&atilde;o, a mudan&ccedil;a de governo na Costa Rica ainda veio complicar mais as coisas: "ficou tudo a zero". N&atilde;o poder trabalhar &eacute; uma situa&ccedil;&atilde;o que, "come&ccedil;a a ser dif&iacute;cil para n&oacute;s, para os utentes e para os colegas dos centros de sa&uacute;de, que contavam com a nossa ajuda".

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