O presidente da ARS do Algarve disse ontem que o interregno no apoio de Pedopsiquiatria do Hospital D. Estefânia aos Grupos de Apoio à Saúde Mental Infantil da região se deveu ao período de renovação do protocolo.
“O anterior protocolo de colaboração terminou em Dezembro de 2013, não tendo sido possível a sua prorrogação automática”, explicou João Moura Reis, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, assegurando que o novo protocolo vigorará por um ano com possibilidade de prorrogação automática, evitando novos interregnos.
O apoio dos profissionais do departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Pediátrico de D. Estefânia, em Lisboa, visa a supervisão e consultadoria na área daquela especialidade apoiando as oito equipas de apoio à Saúde Mental Infantil existentes no distrito de Faro nos processos de triagem, avaliação e atendimento de casos de risco ligeiro e encaminhamento para as consultas no Hospital de D. Estefânia para os casos mais complexos.
De acordo com a ARS do Algarve, em 2013 as oito equipas da região acompanharam cerca de 1.400 crianças, até aos 13 anos, e respectivas famílias.
A 18 de Março, dia em que o protocolo foi renovado, o jornal Público dava conta da suspensão do programa. Em declarações àquele jornal, o pedopsiquiatra Augusto Carreira, coordenador do programa, alertava que durante a suspensão do programa as crianças estavam sem supervisão ou tinham de se deslocar a Lisboa para poderem ser acompanhadas.
“Naturalmente que o ideal seria a existência de pedopsiquiatras na região do Algarve para prestar este tipo de acompanhamento e apoio”, disse João Moura Reis, justificando que “não tem sido possível colmatar esta carência de profissionais desta especialidade na região”.
O primeiro protocolo entre a ARS do Algarve e o departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Pediátrico de D. Estefânia foi assinado em 2001 como solução para a falta de pedopsiquiatras no Algarve.
O projecto e trabalho dos Grupos de Apoio à Saúde Mental Infantil (GASMI) são caso único a nível nacional, receberam dois prémios de boas práticas e têm sido apontados como exemplo a multiplicar no país.
A ARS do Algarve explica ainda que os GASMI envolvem 66 profissionais, entre eles, 17 psicólogos, seis médicos de medicina geral e familiar, dois pediatras, 12 enfermeiros, nove técnicos superiores de acção social, seis terapeutas da fala, nove terapeutas ocupacionais e cinco fisioterapeutas que colaboram a tempo parcial no projecto e desenvolvem a sua actividade profissional em várias unidades dos Agrupamentos de Centros de Saúde da região.
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