Polineuropatia amiloidótica familiar à lupa
DATA
13/05/2015 13:19:02
AUTOR
Jornal Médico
ETIQUETAS


Polineuropatia amiloidótica familiar à lupa

Curso Paramiloidose 2

A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma amiloidose hereditária autossómica dominante, que se manifesta na idade adulta. A sua principal manifestação clínica é uma neuropatia mista, sensitiva, autonómica e motora, progressiva e fatal.

A PAF foi descrita pela primeira vez em 1952 por Corino de Andrade, a partir da observação de doentes oriundos do litoral norte, na região da Póvoa de Varzim.

No que concerne à sua etiologia, a PAF é provocada pela deposição de uma proteína mutante sob a forma de substância amilóide. Existem outras formas clínicas para além daquela que foi inicialmente denominada como doença de Andrade ou tipo português, no entanto a proteína envolvida mais frequentemente é a transtirretina e da qual se conhecem numerosas formas mutantes.

A transtirretina é uma proteína de transporte plasmático, sintetizada no fígado, na retina e nos plexos coróideus; a principal fonte é hepática. Com mais de 100 mutações patogénicas conhecidas, a mutação Val30Met é a mais frequente e é responsável pelos focos de grande dimensão conhecidos no mundo (Portugal, Japão, Suécia, Maiorca).

Quando pensar em PAF? NP de pequenas fibras, sensitiva e sensitivo-motora:
• Dores nevrálgicas (dores tipo choque eléctrico ou fisgada,intermitentes,
piores na cama ou pós-exercício);
• Perda de sensibilidade ao calor e à dor (feridas e queimaduras sem sentir)
• Perda de força sempre associada a < sensibilidade;
• Início distal, ascendentes e de intensidade progressiva.
EMG:
• Normal (só no início);
• NP axonal (sensitiva ou sensitiva e motora).
Com disautonomia:
• Enfartamento, vómitos, perda de peso;
• Obstipação/diarreia;
• Perda de peso sem razão evidente;
• Retenção urinária (com ITU recorrentes)/incontinência;
• Impotência;
• Hipotensão ortostática.
Com perturbações da condução cardíaca:
• Bloqueios AV e de ramo;
• Bradicardia sintomática.
Independentemente:
• Do sexo;
• Da idade;
• Da história familiar;
• Da região de origem.

Considerar a hipótese de PAF-TTR Enviar para consulta de paramiloidose ou a qualquer consulta de Neurologia Para sequenciação do gene da TTR.

 

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Editorial | Luís Monteiro, membro da Direção Nacional da APMGF
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