
A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste anunciou na passada sexta-feira que vai avançar com obras no bloco operatório para resolver um dos principais problemas do maior e mais antigo hospital da região, o de Bragança.
O projeto, previsto ainda para este ano, destina-se a separar os circuitos dos materiais sujos e limpos, à construção de mais uma sala operatória (a juntar às duas atuais) e à duplicação do espaço de recobro com a mudança da esterilização para outro piso.
Nos planos da administração está ainda avançar com a ampliação do laboratório de análises clínicas e para mais tarde há projetos que abrangem os três hospitais e 15 centros de saúde da área de influência da ULS para a eficiência energética, com a substituição de caixilharia e outros equipamentos, e um outro de modernização administrativa que ambiciona tornar o processos clínico do doente acessível a todas as unidades.
O presidente do Conselho de Administração, António Marçôa, adiantou que os projetos vão ser desenvolvidos com o reforço do capital da ULS do Nordeste em 1,2 milhões de euros, recentemente aprovado pelo Governo, e disse que espera duplicar com fundos comunitários para concretizar as melhorias de instalações e renovação de equipamentos.
Segundo explicou, este aumento de capital irá marcar uma viragem na ULS do Nordeste que, nos últimos três anos não realizou praticamente investimento devido à necessidade de consolidação das contas.
O administrador perspetiva que 2015 “marque a viragem” nesta situação com resultados líquidos equilibrados.
Quando foi criada em 2011, a ULS do Nordeste passou a gerir todos os hospitais e centros de saúde do distrito de Bragança, partindo de uma dívida global de 38 milhões de euros, que atualmente se situa nos 35 milhões de euros, segundo o administrador.
Nos últimos três anos, a entidade que gere a saúde nesta região recebeu vários reforços de capital e beneficiou de pagamentos de dívida por parte do Ministério da Saúde em valores superiores a 30 milhões de euros.
Apesar desses pagamentos, a dívida mantém-se em valores semelhantes ao inicial devido à acumulação de resultados líquidos anuais negativos que eram de mais de 10 milhões, em 2011, e foram reduzidos para 3,5 milhões de euros, em 2014, de acordo com as contas da administração.
O milhão e 200 mil euros que recebeu agora do Governo para aumento de capital destina-se exclusivamente a investimento, como indicou.
Até ao final do ano, a administração espera avançar com as intervenções no bloco operatório, esterilização e laboratório de análises no hospital de Bragança com um custo previsto superior a dois milhões de euros.
O administrador explicou que apenas cerca de 300 mil euros serão autofinanciamento da ULS do Nordeste, correspondentes a 15 por cento do investimento global, e os restantes 75 por cento resultarão de candidaturas a fundos comunitários.
António Marçôa afirmou que, desta forma, o valor do aumento do capital, 1,2 milhões de euros, representa um potencial de investimento que pode chegar aos oito milhões de euros.
Lusa/Jornal Médico
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