
A atividade cirúrgica regista um crescimento em 2014, o qual se tem vindo a registar desde 2006, de acordo com o relatório síntese da atividade cirúrgica programada agora divulgado.
Em comunicado, a Administração Central e do Sistema de Saúde (ACSS) dá conta que se registou um total de 549.987 doentes operados no último ano, mais 46.068 que em 2011, uma variação de cerca de 9,1%.
De igual modo se verificou, no relatório SIGLIC do ano de 2014, um crescimento de 8,1%, quando comparamos os doentes operados no primeiro semestre de 2015 ao primeiro semestre de 2011 (mais 21.299 doentes operados).
"Se compararmos os dados com anos anteriores, é visível a grande evolução registada neste tipo de cuidado de saúde", lê-se no documento enviado pela ACSS que acrescenta: "este crescimento está diretamente relacionado com o aumento da procura da atividade cirúrgica, que subiu 6,2 por cento entre 2011 e 2014".
Face aos dados agora divulgados, o organismo financeiro do Ministério da Saúde explica: "O crescimento da resposta da atividade cirúrgica deve-se ao esforço por parte das instituições no sentido de aumentar a sua capacidade assistencial e em chamar os utentes há mais tempo em lista de espera, bem como os prioritários, o que se traduziu numa melhoria significativa do número de operados dentro dos tempos máximos de resposta garantidos. A conjugação de mais entradas com casos mais complexos fez subir os níveis de exigência à capacidade produtiva das instituições. De forma a continuar a assegurar e a atenuar o crescimento da LIC, procedeu-se à criação, já em 2015, do Programa de Intervenção em Cirurgia (PIC)."
A ACSS esclareque que "uma gestão mais equitativa da LIC, que tem vindo a registar cada vez maior número de inscritos" permitiu reduzir o número de utentes com maior tempo de espera e os mais prioritários, "em particular na área oncológica".
O relatório SIGLIC mostra que em 2006 a percentagem de doentes operados para lá do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG) era de 43,5%. Em 2011 essa percentagem era de 15,8% e em 2014 foi reduzida para 12%, ou seja, menos 72,5% de doentes operados para além do TMRG. No primeiro semestre de 2015 este valor baixou para 11%.
"As médias de tempo de espera dos doentes operados a nível nacional ficam significativamente aquém dos tempos máximos estabelecidos. A mediana do tempo de espera da LIC era de 6,9 meses em 2006, de 3,3 meses em 2011 e de 3 meses em 2014, menos 56,5 por cento do que em 2006 e 10 por cento abaixo dos tempos de espera de 2011", lê-se na nota de imprensa.
No que diz respeito a especialidades, a que registou a maior percentagem de crescimento de entradas em LIC no último ano foi a de cirurgia vascular (mais 11,3%), sendo que a cirurgia oftalmológica continua a ser a que tem mais entradas em lista de espera (148.293) e mais utentes operados (131.243). Com maior número de operados, no ano de 2014, segue-se a cirurgia geral (116.618) e a ortopedia (82.011).
A atividade cirúrgica oncológica subiu 6,8% entre 2011 e 2014, tendo sido operados mais 2.869 doentes. A subida da atividade cirúrgica nas neoplasias malignas foi de 65.5% em relação a 2006.
No que diz respeito aos tempos de espera, regista-se que, apesar do número crescente de doentes com neoplasias que são colocados em listas de espera (mais 1,8% no último ano), a média do tempo de espera é de 27 dias. Nas várias regiões do país esta média varia entre 17 e 31 dias, o que representa menos de um terço dos tempos máximos consignados.
Por favor faça login ou registe-se para aceder a este conteúdo
Qual é a relação entre medicina e arte? Serão universos totalmente distintos? Poderá uma obra de arte ter um efeito “terapêutico”?