
O excesso de mortalidade que se registou em Portugal no inverno de 2014/2015, que de acordo com dados do relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe vitimou mais cerca de 5.500 mortes do que era esperado, não foi um “fenómeno” luso. De facto, revelou há dias o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), todos os países europeus que participam no sistema de vigilância EuroMOMO registaram excessos de mortalidade na população com 65 ou mais anos, com exceção da Estónia e da Finlândia. Estes excessos de mortalidade ocorreram em simultâneo com a epidemia de gripe sazonal e um período de vagas de frio extremo.
“De entre os países onde foram observados excessos de mortalidade durante o inverno, os mais atingidos foram Inglaterra, França, Portugal, Espanha e Suíça. Outra das conclusões deste trabalho aponta também para que os excessos de mortalidade observados nestes países ocorreram em simultâneo com a epidemia de gripe sazonal e um período de vagas de frio extremo”, lê-se em nota publicada na página na internet da instituição.
A análise do INSA incidiu igualmente sobre o verão de 2015. Durante este período, observou-se excesso de mortalidade, na população com 65 ou mais anos, em vários países europeus, com exceção de Portugal, Finlândia, Irlanda, Noruega, Suécia e Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte).
Os países onde se observaram os mais elevados excessos relativos de óbitos no verão foram França, Holanda, Espanha e Suíça. Estes excessos de mortalidade na Europa foram observados em simultâneo com um período de calor extremo.
A rede EuroMOMO, na qual Portugal participa, desde 2008, por intermédio do Instituto Ricardo Jorge, tem como objetivo a monitorização da mortalidade semanal por todas as causas a nível europeu para detetar, de forma precoce, eventos possivelmente associados a excessos de mortalidade para intervenções de Saúde Pública. Participam atualmente na rede 19 países que semanalmente enviam informação relativa aos óbitos registados na semana anterior para produção de um boletim semanal divulgado no site da rede e enviado para o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) e para a Organização Mundial da Saúde.
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