OM diz que falharam medidas de incentivo à colocação no interior
DATA
26/04/2016 13:06:03
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Jornal Médico
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OM diz que falharam medidas de incentivo à colocação no interior

Aldeia Interior

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, considera que falharam as medidas de incentivo para a colocação de médicos no interior do país, as quais classificou como “essencialmente cosméticas”.

A edição de sexta feira do Diário de Notícias revela que os incentivos do Governo – pagamento extra, mais dias de férias em cinco anos - só levaram 20 médicos para as zonas mais carenciadas do país e nas especialidades com maior falta de clínicos.

“O que falhou foram as medidas em si. Mesmo quando foram publicadas, a Ordem [dos Médicos] foi profundamente crítica. Foi feito já numa fase final do mandato do Governo em que Paulo Macedo foi ministro da Saúde e eram essencialmente medidas cosméticas”, disse José Manuel Silva, em declarações à Lusa.

Para o bastonário, o facto de se retirarem 50% dos incentivos dados aos médicos para impostos, juntamente com a questão de estes serem obrigados a ficar cinco anos no mesmo local, sob pena de penalização e podendo perder oportunidades de concorrer a outros hospitais, não estimulou os profissionais.

José Manuel Silva defendeu a necessidade de “estimular as pessoas a fixarem-se no interior de forma positiva, aplicando medidas de discriminação positiva ao interior” do país, sublinhado que as medidas proposta do executivo anterior “foram pensadas mais para uma cosmética eleitoral do que para serem efetivas”.

O responsável não se mostrou assim surpreendido com o “baixo resultado” da aplicação das medidas, regozijando-se com o facto de os médicos que aceitaram ir para o interior, “provavelmente tendo já essa intenção”, terem beneficiado com os incentivos.

“O salário base de um médico é extraordinariamente baixo, e por isso emigram às centenas - nos últimos quatro anos foram mais de mil - que poderiam ter ficado caso houvessem verdadeiros incentivos para responder aos problemas. Não se podem acusar os médicos de recusarem a mobilidade, não há maior mobilidade do que a emigração”, salientou.

De acordo com o Diário de Notícias, segundo a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), “cerca de 20 médicos” aderiram aos incentivos para zonas carenciadas. Quem adere tem de ficar cinco anos no mesmo local. Recebe um valor adicional de mil euros, mas que baixa para os 500 ao final de seis meses.

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Editorial | Luís Monteiro, membro da Direção Nacional da APMGF
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