O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) criticou ontem o Ministério da Saúde por contratar ortopedistas a empresas com remunerações superiores às do Serviço Nacional de Saúde e “persistir numa solução que diminui a qualidade” dos Serviços de Urgência, designadamente no Algarve.
“O Ministério da Saúde continua a preferir pagar às empresas apesar de, todos os dias, serem reportados falhas e problemas. A última delas ocorreu no Hospital de Faro, onde estão três ortopedistas contratados por empresas, ocorreram situações clínicas que necessitavam de cirurgia e não se realizaram, alegadamente por não ter sido possível contactá-los”, exemplificou a estrutura sindical, num comunicado através do qual exigiu ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve um “inquérito rigoroso”, bem como uma resposta sobre “as medidas que vai tomar para evitar a repetição destas gravíssimas situações”, defendendo que a “segurança da população e a sanidade mental dos médicos têm de ser defendidas”.
O SIM denunciou o facto de os médicos contratados a empresas serem “pagos a 50 euros à hora para não estarem no hospital” e “entram mais tarde quando entram”, quando não “saem mais cedo porque têm que entrar noutro sítio logo de seguida”, exigindo responsabilidades.
“E recebem a totalidade da Urgência e não operam durante a noite, colocando os doentes na enfermaria para depois serem operados em cirurgia adicional”, lamentou ainda o sindicato acrescentando que exigiu “explicações ao Governo e ao Conselho de Administração sobre esta situação, que, a confirmar-se, é grave tanto pela degradação da qualidade dos serviços como pela utilização inadequada dos parcos meios disponíveis”, considerou o sindicato.
O sindicato referiu que nos serviços de urgência existe “revolta e desmotivação dos médicos perante a manutenção do corte a 50% na remuneração do trabalho suplementar dos médicos do Serviço Nacional de Saúde”.
Aquele organismo sublinhou ainda que “todos os dias aparecem propostas, de norte a sul do país, de pagamento a empresas três e quatro vezes mais que os médicos mais diferenciados” e, por isso, vê com “desagrado” o Ministério da Saúde a “persistir numa solução que diminui a qualidade e organização dos Serviços de Urgência”.
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