Jornal Médico - Como construir sistemas de saúde centrados nas pessoas?

"Apenas um doente informado pode definir a sua jornada, promover e defender a sua saúde", quem o diz é Isabel Soares, Public Affairs & Policy Lead at Sanofi. Leia o artigo de opinião sobre o papel que o doente desempenha na própria jornada e o papel da Sanofi, enquanto instituição, na resposta às necessidades da comunidade em redor, considerando "fundamentais os projetos de literacia em saúde, adaptados às necessidades das pessoas que vivem com doença e suas famílias". O desenvolvimento de uma Medicina centrada no doente e nas suas necessidades só será possível se o doente for verdadeiramente envolvido e ouvido. Esta preocupação deve ser comum a todos os intervenientes do processo, desde os profissionais de saúde, às entidades decisoras, passando também pela própria Indústria Farmacêutica. Neste processo, as Associações de Doentes assumem um papel fundamental, porque reúnem e representam as suas necessidades, dando-lhes voz e são um veículo de partilha de informação, de fomento da literacia em saúde. Apenas um doente informado pode definir a sua jornada, promover e defender a sua saúde. Na Sanofi perseguimos o poder da ciência para melhorar a vida das pessoas, procurando soluções inovadoras para as pessoas que vivem com a doença, seus cuidadores e familiares. Para que tal seja possível temos de conhecer verdadeiramente as necessidades dos doentes e quem melhor do que os próprios para as identificar? É por isso que, assumimos no desenvolvimento da nossa atividade um compromisso de estar próximo e trabalhar em conjunto na procura de soluções. Este trabalho integrado permite gerar dados do mundo real, relevantes para toda a comunidade. A investigação que desenvolvemos procura dar resposta a necessidades específicas e ainda não satisfeitas. É aqui que os ensaios clínicos assumem um papel fundamental, na confirmação de resultados, no acesso a novas terapêuticas e em particular no fomento da investigação em Portugal. Com o envolvimento de 141 centros de investigação dispersos por diferentes hospitais a nível nacional, conseguimos que neste momento 100 doentes tenham acesso a tratamentos inovadores no nosso país. Em todo o nosso percurso estamos próximos das Associações de Doentes e das suas comunidades, para que seja possível o debate de questões científicas, de acesso a cuidados de saúde e prevenção da doença. Sabemos que a Saúde também é colaboração. E é, cada vez mais, em colaboração com as Associações de Doentes que a saúde é e deve ser trabalhada. A título exemplificativo, ao longo de 2023 desenvolvemos vários Fóruns, na área das doenças inflamatórias, doenças raras e esclerose múltipla, através dos quais impactámos mais de 13 mil doentes, impulsionando igualmente a partilha de boas práticas e o desenvolvimento de um ecossistema colaborativo. Conscientes da nossa responsabilidade com as comunidades em que estamos inseridos, consideramos fundamentais os projetos de literacia em saúde, adaptados às necessidades das pessoas que vivem com doença e suas famílias. Acreditamos também na aposta na literacia dos mais jovens, para que bons hábitos sejam integrados na sua formação e resultem na construção de adultos mais saudáveis, com impacto real na saúde individual, mas também nos sistemas de saúde, com ganhos e poupanças efetivas. Temos apostado em ações direcionadas aos mais novos, principalmente na área da dermatite atópica, na desmistificação da doença e partilha de cuidados. Num projeto desenvolvido em parceria com a Ordem dos Farmacêuticos e a ADERMAP (Associação Dermatite Atópica Portugal), na Kidzania, através dos livros da Diana (uma menina com dermatite atópica) chegámos a cerca 23.500 crianças. Acreditamos que o caminho deve ser feito no sentido da construção de sistemas de saúde centrados nas pessoas que vivem com doença, seus cuidadores e familiares, que coloquem as necessidades dos doentes em primeiro lugar, e na procura deste objetivo consideramos fundamental o diálogo com todos os parceiros. Este é o nosso compromisso: contribuir e retribuir porque todos nós beneficiaremos desse futuro em que o doente está verdadeiramente no centro.

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